Da redação

O clima de amor entre a torcida e o time do Santos acabou depois da goleada sofrida contra o Grêmio, por 3 a 0 dentro de casa. A partida aconteceu no sábado (21) e marcava o início do segundo turno do Campeonato Brasileiro. O Peixe entrou em campo com o peso da necessidade de uma vitória. Pois os líderes Flamengo e Palmeiras venceram, se distanciando ainda mais na tabela. E logo atrás, Internacional, Corinthians e São Paulo, concorrentes diretos pela Libertadores, também conquistaram três pontos.

O jogo

Sampaoli sabia da dificuldade que tinha pela frente. O Grêmio depois da eliminação na Copa do Brasil vinha embalado com duas goleadas no Brasileirão: 4 a 1 no Cruzeiro e 3 a 0 no Goiás. Já o Santos, dos últimos cinco jogos, só venceu uma partida. A última vitória foi contra o Avaí por 3 a 1 na Vila Belmiro. Depois disso, perdeu para o São Paulo (3 a 2) e teve dois tropeços em casa: diante do Fortaleza aonde chegou a fazer 3 a 0 e cedeu o empate (3 a 3), do Athletico Paranaense (1 a 1) e essa derrota para os gaúchos na 20ª rodada.

Mesmo com a fase não tão boa assim, os torcedores foram ao estádio apoiar a equipe. No primeiro tempo, um jogo equilibrado, mas sem gol. Já o segundo tempo foi o balde de água fria que ninguém queria receber. Os gols do tricolor saíram dos pés do Luan, aos 10 minutos; Pepê, aos 42 minutos e Everton Cebolinha, nos acréscimos, aos 48 minutos.

No final da partida, uma parte da torcida organizada foi até o vestiário do time protestar de forma pacífica.

Análise

Para os jornalistas esportivos Fábio Lázaro e Alex Frutuoso, a bronca dos torcedores é baseada pela paixão, mas cabe uma análise bem fria sobre o atual momento do time.

Segundo Fábio Lázaro, o trabalho realizado com um elenco limitado deveria ser motivo de mais tolerância por parte do torcedor. “A partir do momento em que o Sampaoli extrai algo da equipe que poucos esperavam, o torcedor entende que o time pode manter essa regularidade, mas, na verdade, essa regularidade depende de diversos fatores, fatores esses que levaram o Santos a ter essa queda nas últimas sete partidas�, explica.

Já Alex Frutuoso cita a questão financeira do clube e os erros de planejamento da diretoria. “O clube tem problema e todo mundo sabe. É preciso caminhar para um processo de sustentar o time de forma mais saudável, mais equilibrada. Isso não é possível hoje, por conta das dívidas que o clube tem. Há também erros estratégicos em contratações de jogadores. O clube quando tem mais dificuldades financeiras, não pode errar tanto assim�.

Sobre o futuro do Santos na competição, os jornalistas avaliam. Na opinião de Fábio, a realidade do Peixe hoje é ficar entre os seis primeiros da tabela. “Com total condições de beliscar um G4 e a vaga direta a Libertadores. Mas, título fica difícil, principalmente quando vemos que a disputa da ponta é justamente das equipes com maior poder de fogo: Flamengo e Palmeiras�.

“Tecnicamente o time pode jogar mais do que está jogando. Porém, não tem valores individuais para brigar por título�, comenta Alex. “O que acontece é coisa simples do futebol. O Santos não tem dinheiro e por isso não tem jogador. O técnico tira leite de pedra com o que tem�, acrescenta.

O Santos ocupa a terceira colocação do Brasileirão com 37 pontos. O próximo desafio do time é contra o Fluminense, fora de casa, no dia 26 de setembro.