Da Redação
O Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp-SP) pede intervenção no Centro de Progressão Penitenciária de Mongaguá. A finalidade é identificar e transferir lideranças negativas da unidade. O comunicado foi divulgado nas redes sociais da entidade.
O Sindicato comunicou que, há uma semana, protocolou ofício interno de nº 73/2021, onde baseados em uma denúncia feita por outra instituição e também por funcionários, foi pedido para que fossem tomadas algumas providências para proteger o corpo funcional da unidade. Poucos dias depois, na sexta (19), agentes foram agredidos por presos ao tentarem impedir que drogas e celulares entrassem no CPP.
“Voltamos a refutar, esse tipo de procedimento criminoso é comum em todas as unidades de progressão de regime do Estado, o que não pode ocorrer é a retração no combate e coibição de tais feitos orquestrados pelas organizações criminosas”, afirma a entidade, em texto publicado em seu site.
Os pedidos, que também valem para o CPP de São José do Rio Preto, são os seguintes, de acordo com o sindicato:
– Presença constante de equipes do G.I.R. 24 horas nessas unidades até que sejam sanados os problemas;
– Remoção imediata de lideranças negativas;
– Adoção de torres de vigilância com a presença de A.E.V.Ps. armados;
– Aumento do corpo funcional nos plantões dessas unidades;
– Liberação de D.E.J.E.P. (em períodos noturnos se necessário) para auxiliar a manter a segurança;
– Diminuição e ou o cancelamento de qualquer procedimento que envolva a soltura de presos após as 18 horas, como ensino, trabalho e até cumprimentos de benefícios como R.A. e L.C. que podem ser cumpridos no plantão diurno;
– Cancelamento imediato de regalias e de liberação de visitas nessas unidades até a normalização da segurança;
– Realização de “Blitz” acompanhadas pelo G.I.R., tendo a finalidade de retirar lideranças e ilícitos, ainda nessa semana
Em nota, a Secretaria da Administração Penitenciária se manifestou sobre o assunto. O órgão informa que o Centro de Progressão Penitenciária de Mongaguá opera dentro dos padrões de disciplina e segurança e não foi necessária atuação do Grupo de Intervenção Rápida desta Secretaria. Os presos que participaram dos atos de indisciplina estão em processo de transferência para o cumprimento de sanção disciplinar. Aliado a isso, foi solicitada a revogação do cumprimento de pena em regime semiaberto para regressão ao regime fechado.
Como foi na sexta
Três policiais penais do Centro de Progressão Penitenciária de Mongaguá foram agredidos por presos por volta das 17h45 desta sexta-feira (19). Um outro servidor foi atacado ao fazer a contagem dos detentos.
O motivo da luta corporal foi que os agentes impediram que os reeducandos recebessem ilícitos arremessados para o interior daquela unidade.
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária, quatro reeducandos que entraram em luta corporal com os servidores foram isolados em pavilhão disciplinar e serão transferidos para outra unidade para cumprimento de sanção.
Os ilícitos, apreendidos em duas mochilas arremessadas por cima do muro, foram: 11 celulares, 25 carregadores, 22 fones de ouvido, 4 baterias, 14 Chips, 16 cabos USB, 01 cabo P2, 335 gramas de maconha e 15 gramas de cocaína.
Os quatro agentes tiveram ferimentos na luta corporal, chegaram a ser encaminhados para atendimento médico no Hospital Vera Cruz, mas passam bem. Foi registrado Boletim de Ocorrência na Delegacia Sede de Mongaguá, sendo realizado exame de corpo de delito para comprovar as lesões. A SAP também instaurou os procedimentos apuratórios de praxe.
Quando a sirene de alerta foi acionada para apontar para a possível tentativa de invasão dos ninjas, seis sentenciados quebraram a janela de um dos pavilhões para ter acesso a esse local onde estavam as bolsas. Os policiais penais conseguiram bloquear a pretensão dos detentos, levando-os de volta aos pavilhões, e apreenderam as mochilas.
No entanto, ao retornar para essa movimentação, foram surpreendidos com inúmeros ataques. Um servidor que trabalha no canil do CPP chegou a cair no chão e continuou a receber golpes na cabeça. Ao ver a situação fugir do controle, o diretor de disciplina e o diretor de núcleo intervieram, mas também foram agredidos com socos e chutes.
Foto: Divulgação Sifuspesp