Da Redação
Um relato feito na última quinta-feira (5) que viralizou nas redes sociais acende novamente o alerta para casos de reinfecção por Covid-19 na Baixada Santista. Moradora do bairro Jardim Casqueiro, em Cubatão, Fernanda Borges, de 53 anos, teve o primeiro teste positivo em julho e outro em setembro.
A postagem foi publicada em uma comunidade do Facebook e a repercussão foi enorme. Até este sábado (7), já haviam sido registrados pouco mais de 2.500 interações, cerca de 1.100 compartilhamentos e quase 900 comentários.
Nesse texto Fernanda disse que, dois meses após a primeira infecção, a mãe e duas irmãs passaram a sentir os sintomas da doença. Por já ter tido Covid, ela acreditava que não pegaria a doença novamente. Assim, continuou cuidando da mãe de 83 anos, que sofre de demência, sem respeitar os protocolos de segurança.
Fernanda voltou a apresentar os sintomas no dia 25 de setembro, uma sexta-feira. “Eram basicamente os mesmos que eu senti da primeira vez”. Foi ao hospital no domingo. E lá, segundo ela, o médico que a atendeu disse que não havia possibilidade de reinfecção. Por isso, receitou uma injeção para dor e um hemograma, que não acusou Covid-19. “O médico desdenhou da minha situação. Não é fácil. Eu saà de lá chorando”, contou.
Mesmo liberada para trabalhar, entrou em contato com o gerente e ao médico da empresa na segunda-feira, dia 28, e lhes contou sobre os sintomas. “Meu gerente usou de prudência, me autorizando a ficar em casa”. No dia seguinte, Fernanda relatou ter perdido o olfato e o paladar. Segundo ela, esses dois sentidos ainda não voltaram completamente. “Alguns sabores e cheiros eu sinto, mas não todos”.
Diante desse cenário, o médico da empresa recomendou que ela fizesse um teste em laboratório. Fernanda também foi a um posto volante de atendimento em Cubatão, conhecido como carreta do Covid. “Não falei em reiinfecção, com medo de rirem novamente da minha cara. Só relatei os sintomas e o contato com minha mãe. Em meia hora, saà de lá com exame feito, medicada e com a receita”.
Na quarta-feira, fez o teste em um laboratório particular. Como deu positivo, teve de se submeter a uma contraprova, que ratificou o resultado. Apesar do drama pelo qual passou, ela se sente aliviada pelo fato de a mãe não ter morrido.
“Eu fiquei muito revoltada. A gente sempre tomou todos os cuidados com a minha mãe e, de repente, ela estava contaminada”, disse. “Se você pega Covid e morre, é problema seu. É um risco que você assumiu. Agora, se você pegar, passar para outra pessoa e depois você ver o sofrimento dela por sua culpa, é uma situação pela qual você nunca vai se perdoar”.
A cubatense achou que seu caso poderia servir de exemplo e se colocou à disposição de um hospital de São Paulo para ajudar nas pesquisas sobre reinfecção. Agora, espera mais consciência de todos para que o coronavÃrus não se propague e não haja mais casos como o dela.
“As pessoas precisam se colocar no lugar das outras. Não está escrito na cara que ela está com Covid. Muitos não têm sintomas. Essas pessoas estão indo para supermercados, farmácias, baladas, estão nas praias. Então, é para pensar nisso”, disse Fernanda.