Da redação

Os moradores de Santos podem realizar sessões de acupuntura gratuitas em duas policlínicas de Santos. Os atendimentos acontecem semanalmente, mas em dias diferentes dependendo da unidade. Na policlínica do Monte Serrat (Praça Corrêa de Melo, 11) são às sextas-feiras e a da Vila Mathias (Rua Xavier Pinheiro, 284, Encruzilhada), às terças e quintas-feiras.

Os interessados passam por triagem e os casos mais urgentes são priorizados. Na terapia, que faz parte da medicina tradicional chinesa, são utilizadas agulhas para estimular pontos específicos do organismo, equilibrar a energia do corpo e complementar o tratamento tradicional.

Na Vila Mathias são priorizados pacientes com hipertensão e diabetes descompensado, dores crônicas e queixas emocionais. Já no Monte Serrat, devido à característica do cotidiano dos usuários da unidade, que sobem e descem degraus diariamente para acessar suas casas, os pacientes prioritários são os que possuem artrose severa e outras dores crônicas nos joelhos. Todos passam por dez sessões e, ao final, são reavaliados.

“O principal benefício aos pacientes é a diminuição da dor. Meu foco é que, aos poucos, eles diminuam a quantidade de remédios ingeridos, principalmente aqueles que são hipertensos e diabéticos”, destaca a médica Andrea Maurício de Gouveia Oliveira, da Policlínica do Monte Serrat.

A dona de casa Jacirema de Oliveira, 59 anos, tem artrose crônica e bico de papagaio nos dois joelhos. As primeiras dores chegaram quando ela tinha 44 anos. “Não conhecia essa técnica e, para mim, a acupuntura alivia muito a dor e desincha os joelhos”.

Subir vários degraus no Monte Serrat é tarefa inglória para o funileiro Manoel Lima, 64, que mora no alto do morro e descobriu a artrose nos dois joelhos no início de 2018. Mesmo utilizando o bondinho, sente dificuldade e utiliza uma bengala para acessar e descer do transporte. “A acupuntura dá uma boa melhorada na dor. Fiz dez sessões e estou fazendo mais dez”.

PICs

As Práticas Integrativas e Complementares (PICs), como são chamadas no Brasil as terapias baseadas em conhecimentos tradicionais e utilizadas para a prevenção ou tratamento complementar de doenças (caso da acupuntura), são reconhecidas pela Organização Mundial da Saúde, que recomenda aos países a adoção dessas práticas em seus sistemas públicos de saúde.

De acordo com o Ministério da Saúde, a quantidade de procedimentos relacionados às PICs subiu 126% de 2017 para 2018 – 157 mil para 355 mil procedimentos em todo o Brasil. A tendência é que a cada ano esse número aumente.

“Os profissionais de saúde estão buscando essa formação complementar e trazendo esse conhecimento para as unidades e os pacientes querem novas formas de cuidado, com um vínculo maior, um olhar mais integral para si”, finaliza Andrea.