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2.0 - REGIÃO

Taxa de desemprego diminui no Brasil, mas ainda é alarmante

Por Carolina Ribeiro

O desemprego ainda é um problema sério no Brasil e que precisa ser combatido. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados em setembro, até o mês de agosto, 12,6 milhões de pessoas estavam desempregadas no país.

Entretanto, apesar do número alarmante, a taxa de desemprego nacional vem recuando durante o ano, mostrando que as poucos a economia vai se reestabelecendo e novas oportunidades de emprego estão sendo criadas. Em dados recentes divulgados pelo IBGE sobre a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, nos primeiros três meses do ano, a taxa estava em 12,7%, já no final de agosto a taxa correspondia a 11,8%.

Com um mercado de trabalho escasso e cada vez mais exigente, é necessário que o candidato as vagas esteja preparado para os desafios deste momento atual do país.

Para Fábio Sartori, que comanda a Sartori Desenvolvimento Humano e Organizacional e criador da Escola do Comportamento, a mudança de governo e a demora na aprovações de reformas no país contribuem para o alto índice de desemprego.

“Agora que a reforma foi aprovada, eu acredito que 2020 vai ser um pouco melhor. O que os economistas dizem é que a retomada mesmo só deve ocorrer em 2021. Depois virá a reforma tributária, que é a que o empresário está esperando para poder contratar, desonerar as empresas e injetar mais dinheiro no comércio, na indústria, em serviços. Com essa desoneração, tende a aumentar a demanda”, afirma Sartori.

O mercado de trabalho atual exige que o profissional seja qualificado e versátil, além disso, as possibilidades de emprego são maiores para quem concluiu pelo menos o ensino médio. Em uma entrevista, por exemplo, a qualificação do candidato faz toda a diferença.

“Quanto maior a capacitação técnica, maior a chance de emprego, mas a grande diferença são as competências comportamentais que a pessoa desenvolve. Por que, não adianta nada, a gente ter alguém tecnicamente bom, que não consegue entregar resultado. Numa área de vendas, por exemplo, você não precisa ter alguém graduado, você precisa ter alguém que tenha uma boa comunicação, negociação, empatia. Isso é comportamental. Então, além das competências técnicas, as comportamentais vêm com uma diferenciação muito forte no mercado. A Escola do Comportamento, do Grupo Sartori, inclusive foi criada a partir dessa demanda do mercado”, explica.

Segundo o especialista, a área que mais está empregando no momento e pode ser uma dica para quem procura uma oportunidade é a área de tecnologia.

“As empresas estão utilizando muito este viés da tecnologia para melhorar desempenho, produtividade, então, ela vem como uma forte demanda. Falando regionalmente, na área portuária faltam pessoas qualificadas, principalmente no que diz respeito ao comportamento. Porque? O cara de TI quem é? Ele é tecnicamente formado, mas o cara que é só técnico, não tem mais espaço no mercado. Ele precisa ser parceiro de negócios. Ele é o cara que vai apresentar o projeto, vai desenhar e que vai ter que aprovar. Antes, o profissional de TI só tinha que desenvolver”, afirma.

Vagas temporárias

Com as festas de fim de ano se aproximando, o comércio passa a contratar inúmeras pessoas para trabalhar em vagas temporárias durante essa época que mexe na economia do país. A partir dessas vagas temporárias, pode surgir a oportunidade de efetivação no local de trabalho.

Segundo dados da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem), mais de 570 mil vagas temporárias serão abertas para as festas de fim de ano.

Além de empregar muita gente que precisa, as vagas temporárias movimentam a economia. A dica é a seguinte: seja contratado como temporário, mas trabalhe como funcionário efetivo. Tem muita gente que veste a camisa do temporário e não enxerga a possibilidade que existe”, conta Sartori.

Para elaborar um bom currículo, o especialista explica que o candidato deve ser sucinto, objetivo e estratégico. Com informações que sejam relevantes para a vaga e que mostre o foco do candidato em uma atividade, além é claro, dos dados pessoais, idiomas, formação, experiência e os cursos.

Também devem ser tomados cuidados na hora da entrevista.

“Colocar a roupa adequada para o cargo, por que se você está concorrendo para um cargo operacional, por exemplo, não precisa de terno. Uma calça jeans, uma camisa social ou polo, atende. Se a vaga é para gerência, um blazer cai bem. Também é importante pesquisar sobre a empresa, se você souber. Foque no que você pode contribuir com a empresa, não em falar mal da empresa anterior. E, principalmente, demostre o que você espera”, explica o especialista.

Segundo Sartori, o que o recrutador mais repara nos candidatos são a postura, os comportamentos e, caso a entrevista seja para um cargo temporário, a vontade da pessoa em ocupar aquela a vaga.

Com o avanço da tecnologia, muitas pessoas questionam o futuro de diversas profissões, se realmente ainda terá mão de obra humana, ou todos serão substituídos por máquinas. Sartori, no entanto, tranquiliza os desempregos e também os empregados afirmando que o segredo é a reinvenção.

“Ao mesmo tempo que muitas posições deixam de existir, outras são criadas. É o que aconteceu com a indústria das fitas de vídeo. A indústria de produção de fita cassete acabou, mas o streaming está aí”, exemplifica.

Tentativas sem retorno

Há 1 ano desempregada, Arielly Soares, de 27 anos, é graduada em Serviço Social e desde que perdeu o último emprego como Assistente Social em um Pronto Atendimento sente dificuldades para voltar a encontrar espaço na área.

“’A maior dificuldade pelo menos na minha área, é o fato de ser preciso na maioria das vezes concurso, que quando surge, é apenas uma vaga, ou contrato, que muitas vezes é necessário ter contatos influentes”, afirma.

Arielly conta que durante esse tempo desempregada envia diariamente diversos currículos, além de entregar pessoalmente nos locais. Porém, não obtém respostas positivas. Segundo a jovem, “são muitas promessas para pouco retorno”.

“Considero como um grande fator do desemprego, a manutenção de um funcionário, como assinar carteira, capacitar, e etc. O que faz com que as empresas optem muitas vezes por aumentar um pouco o salario daquele empregado que já faz parte da empresa”, afirma.

Para a jovem, a maior dificuldade em decorrência do desemprego é não conseguir realizar os concursos públicos voltados a sua área. Já que o custo das provas são muito altos. Arielly, por sua vez, não esconde a vontade de tentar ser autônoma para fugir do cenário atual de desemprego.