Da Redação
Atualizada às 13h05
Caminhoneiros autônomos da Baixada Santista integram a paralisação nacional da categoria nesta segunda-feira (1). No entanto, como em outros estados, liminares concedidas em favor da Ecovias e da Autoridade Portuária impedem muito do raio de atuação, além da presença da Polícia. A chuva também prejudica.
A manifestação começou à meia-noite, na descida do Viaduto da Alemoa, em Santos, acesso ao Porto de Santos, com cerca de 300 caminhoneiros. Por volta de 1h30, uma confusão aconteceu entre integrantes da categoria, que tentavam bloquear a via e chamar outros caminhoneiros, e a Polícia Militar, que disparou bombas de efeito moral. Antes, caminhoneiros tinham gravado um vídeo falando da paralisação.
Houve, inclusive, entrega de interdito proibitório pela Polícia Militar de São Paulo, fazendo com que os manifestantes se retirassem, ainda na madrugada. Neste momento, não há qualquer retenção ao tráfego nem concentração de caminhões parados. O Porto segue operando dentro da normalidade.
No início da tarde, a Santos Port Authority se manifestou por nota. Eis a íntegra:
“A Santos Port Authority (SPA) informa que, até o presente momento, o acesso ao Porto de Santos flui normalmente, não havendo qualquer retenção ao tráfego nem concentração de caminhões parados. O Porto segue operando dentro da normalidade.
Por volta da 01h00 desta segunda-feira havia concentração de manifestantes nas imediações do Porto. Após a entrega do interdito proibitório pela Polícia Militar de São Paulo, os manifestantes se retiraram.
Não houve confirmação de casos de vandalismo nas imediações do Porto. Os órgãos de segurança pública e a Guarda Portuária seguem mobilizados para coibir qualquer tentativa de obstrução das vias”.
Foram cerca de 30 liminares obtidas pelo Governo Federal impedindo o bloqueio, com multa diária, em caso de descumprimento, de R$ 10 mil para pessoa física e R$ 100 mil para pessoa jurídica.
“Um dos principais motivos está na alta dos combustíveis, em especial o óleo diesel, além do pagamento do piso mínimo de frete rodoviário, um assunto que está parado no STF (Superior Tribunal Federal) e da elevação de impostos estaduais e federais, em especial os estaduais”, afirma Luciano Santos, presidente da entidade.
O estado de greve já tinha sido confirmado em 18 de outubro e a adesão à paralisação ocorreu dez dias depois, nesta quinta-feira (28), depois de assembleia. “Não dá mais para o autônomo sobreviver. O caminhoneiro está morrendo aos poucos”, afirma Santos.
Outros locais
O Ministério da Infraestrutura, com base em informações do Ministério da Justiça e Segurança Pública por meio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), informa que às 7 horas desta segunda-feira (1) não há registro de nenhuma ocorrência de bloqueio parcial ou total em rodovias federais ou pontos logísticos estratégicos.
O número de pontos de concentração caiu para somente dois: às margens da BR-116/RJ (Dutra), na altura da Rodoviária de Barra Mansa/RJ; e às margens da BR-153/GO, próximo a Goiânia. Pontos de concentração na BR-116/CE, em Itaitinga, e na BR-101/RJ, em Rio Bonito, já foram dispersados.
Uma operação da PRF na BR-116/SP, próximo a Pindamonhangaba, liberou caminhoneiros que não se sentiam com segurança para deixar o local. Com a chegada do efetivo, retomaram a viagem por volta de 6h30.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil