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Santos / Educação

Prefeitura, pais e professores discutem questão do ensino inclusivo em reunião

Da Redação

Uma reunião para discutir o atendimento aos alunos com necessidades especiais em Santos foi realizada nesta segunda-feira (7), no Paço Municipal. Segundo a Prefeitura, as reivindicações de pais de estudantes e professores da rede municipal serão levadas para análise do prefeito Paulo Alexandre Barbosa.

No encontro, representantes das secretarias de Educação e Gestão e da Coordenadoria de Políticas para Pessoas com Deficiência ouviram as queixas dos pais e professores, que têm se manifestado desde o início deste mês, quando foi publicado um edital que autorizava Organizações da Sociedade Civil (OSCs) a atuar em escolas municipais com crianças com deficiência e Transtorno do Espectro Autista (TEA).

No último sábado (5), com o apoio do Sindicato dos Servidores Públicos de Santos (Sindserv), pais e profissionais protestaram contra o que entendem ser uma terceirização da educação inclusiva, que resultaria em queda no nível dos mediadores que trabalham com as crianças. A pressão surtiu efeito. No dia seguinte (6), durante transmissão ao vivo nas redes sociais, o prefeito suspendeu o edital.

Em nota, a Secretaria de Educação afirmou que “o atendimento em sala de aula a alunos com deficiência e/ou TEA da rede municipal de ensino santista não será prejudicado, e sim, reforçado. Nenhum direito dos alunos e dos professores será violado”. Apesar disso, alguns pais saíram da reunião insatisfeitos.

“A reunião não teve cabimento. Eles (Prefeitura) falaram na mídia que suspenderiam o edital devido à questão da formação profissional, mas ontem (segunda) disseram que essa graduação é em magistério, que nada mais é do que um curso técnico do Ensino Médio”, disse Cinthia Aparecida Lorena Cardoso, mãe de três filhos, dois deles atendidos por mediadores.

Uma das principais reivindicações dessa categoria é a manutenção dos professores da rede municipal como mediadores. Eles têm Ensino Superior e recebem à parte por esse trabalho. Com a entrada das OSCs, essa função poderia ser exercida por um profissional com o Ensino Médio.

Professora da rede privada, Cinthia tem formação em educação especial. Mesmo assim, não se considera apta a trabalhar como mediadora. “Se nós, pais, com alguma formação, já sentimos que é tão difícil trabalhar e estimular crianças que são deficientes, imagine pais que têm limitações sociais e econômicas. E eu vejo que a Prefeitura não está nem aí”.

Segundo ela, seus filhos têm sido muito bem atendidos. Por isso, a decepção. “Eles não estão pensando nas crianças, estão pensando em dinheiro. E o curioso é que todos eles lá dentro que defendem essa terceirização são funcionários públicos. Eu estou exausta. A forma como estão tratando a educação especial é superficial, é ridícula”, desabafou.

Foto: Divulgação/Sindserv Santos