Por Anderson Firmino
José Macia, o Pepe, é daquelas pessoas com Ãndice zero de rejeição. Quem não gosta dele, certamente é porque não o conhece. Uma usina de histórias – dele e dos outros protagonistas daquele Santos mágico dos anos 1950 e 1960. Mas dá para conhecer o eterno “Canhão da Vila†pelo olhar de quem herdou dele uma série de predicados: seus filhos Gisa, Clô, Pepinho e Rafael. Entre eles, reside o mesmo termo. Gratidão, pela oportunidade de conviver com o ex-jogador de 86 anos (completados em 25 de fevereiro) e segundo maior goleador da história do clube da Vila Belmiro, com 403 gols, atrás apenas de Pelé. O homem que o fazia a bola atingir impressionantes 122 km/h de velocidade fez história, campeão do mundo pelo Peixe e pela Seleção. Mas é o pai, além das quatro linhas, quem ganha o aplauso.
“É um imenso orgulho ser filha de um atleta que teve uma carreira repleta de glórias, que é considerado uma lenda no Brasil e no mundo e que fez parte do maior ataque do futebol mundial. Tanto que ele recebe cartas do mundo inteiro de fãs de todas as idadesâ€, diz Gisa Macia, jornalista e autora da biografia de Pepe.
“Ser filha do Pepe é um orgulho que nem todos podem ter. Pois, além de pai bondoso e carinhoso, é nosso Ãdolo, nos enchendo de orgulho e bons exemplosâ€, continua Clô Macia, que é empresária e ex-modelo. O trecho do hino do Santos também é empregado pelo publicitário Rafael Macia. “Meu pai proporcionou coisas incrÃveis à famÃlia por causa do futebol. Quando ele esteve no exterior, nos proporcionou conhecer o mundo. Tenho a felicidade de conhecer 25 paÃses graças a ele. É uma experiência de vida incrÃvel. Ele é um pai espetacular, fantásticoâ€, emenda.
Pepinho Macia é o “herdeiro futebolÃstico†de Pepe, já que fez carreira como auxiliar técnico e treinador de categorias de base. “Meu pai é uma unanimidade, uma coisa tão difÃcil. Nunca vi uma pessoa falar mal do meu pai. É algo impressionante. Por isso, é muito especial, um exemplo que a gente tem em casa todos os dias. Então, para nós ficou mais fácil trilhar o caminho corretoâ€.
Tamanho carinho faz Pepe se emocionar. E agradecer. “Tenho dois amores na vida: o futebol e a famÃlia. Através do futebol, pude proporcionar experiências maravilhosas aos meus filhos e esposa. O futebol trouxe estrutura e a famÃlia é a base. Meus filhos são gratos e eu também sou grato pela minha carreira e pela famÃlia que formeiâ€, diz.
O pai que vira filho
Pepe ficou internado no ano passado em São Paulo, por conta da suspeita de Covid-19; teve os sintomas, embora os exames tenham dado negativo. Tempo de dedicação extrema a quem sempre foi um pai zeloso e que, ao lado da esposa, dona Lélia, cuidou com carinho da prole. Agora, já tomou a primeira dose
da vacina – um alÃvio para todos.
“Meu pai tem uma saúde muito boa, talvez por ter sido atleta por tantos anos. Ele nunca foi de abusar, não bebe, não fuma. Teve uma vida muito regrada e foi muito bem cuidado pela dona Lélia, minha mãe. Ele ficou dez dias internado, três deles na UTI. E nos dias em que ele ficou no quarto, dormi duas ou três vezes com ele. Foi a única vez da vida em que me senti, de fato, cuidando dele, que precisou de mim de uma forma mais forte. Claro que era muito difÃcil. Mas me recompensou muito ele ter ficado bomâ€, afirma Rafael.
Gisa, que é responsável pela agenda de Pepe, conta que os eventos – sempre uma alegria para o ex-jogador – cessaram por conta da pandemia. “Ele adorava e sempre me perguntava qual era a programação. Sentimos saudades e ele sente muito de não poder esta mais próximo dos torcedoresâ€, pontua.
Mesmo o canal na internet, paixão recente do agora também ‘old tuber’, teve uma pausa forçada. “Meu pai adora conversar. Mas também aprecia bastante ficar em casa vendo TV e fazendo suas caça-palavras. O contato com a famÃlia ficou menor, mas compreendeu a necessidadeâ€, acrescenta Gisa.
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Fotos: Divulgação/Santos FC