Por Anderson Firmino
Moderno, competitivo e de olho no futuro. O Porto de Santos chega aos 129 anos, completados nesta terça-feira (2) sob a perspectiva de um processo de desestatização, entabulado pelo Governo Federal. Enquanto isso, recordes vêm sendo batidos, o que comprova a eficácia do maior porto da América Latina.
De acordo com a Santos Port Authority (SPA), após quedas no primeiro semestre de 2020, a movimentação de contêineres se recuperou e terminou o ano com recorde histórico no segmento que transporta as cargas de maior valor agregado. Dezembro registrou crescimento de 20% na movimentação de contêineres sobre o mesmo mês de 2019, para 437,4 mil TEU (medida padrão para um contêiner de 20 pés), e alta de 9,5% sobre novembro, que já registrara o melhor desempenho para um mês até então, com 399,3 mil TEU. No ano, foram 4,23 milhões TEU, alta de 1,6% sobre o recorde anterior, verificado em 2019 (4,17 milhões TEU). O levantamento foi feito pela Gerência de Inteligência de Mercado e Estatística da Santos Port Authority (SPA)
Considerando todas as cargas, o Porto encerrou dezembro com crescimento de dois dígitos, 16,2%, sobre igual o mesmo mês do exercício anterior, chegando a 11,9 milhões de toneladas. Os números contribuíram para o recorde geral do ano, de 146,6 milhões de toneladas, alta de 9,4% sobre 2019. A participação acumulada de Santos na corrente comercial brasileira se manteve no patamar de 28% em dezembro, o equivalente a US$ 103,2 bilhões. O número de atracações de navios no ano foi 4.904, alta de 1,3% em relação a 2019 (4.842).
Iniciativas como a transformação do navio Professor Besnard em museu é um dos exemplos da necessária integração porto-cidade. “A gente tem um cuidado hoje muito grande para que as pessoas se sintam orgulhosas de trabalhar no Porto. Nós tivemos alguns acontecimentos no ano passado e nós tentamos resgatar esse orgulho das pessoas trabalharem lá e também queremos resgatar o orgulho da população santista de ter o Porto como aliado. Não só no desenvolvimento econômico, mas abrindo algum espaço para a população se beneficiar dessa relação”, aponta o presidente da SPA, Fernando Biral.
Terminal no Valongo
Enquanto isso, o prefeito de Santos, Rogério Santos, posasui um plano audacioso para o Centro de Santos: que o Terminal de Passageiros vá para a área do Valongo. “Nós temos um projeto em comum com o Governo Federal para que isso aconteça. Falamos da revitalização dos armazéns e todos os bairros da região central têm uma ligação física com o Porto, desde o Valongo, passando pela Vila Mathias, Vila Nova, Paquetá, Centro e o próprio Bairro Chinês. Então, eu vejo essa continuação, essa estratégia inclusive física, urbanística”.
Rogério Santos gostaria que a parte receptiva ficasse na área do Município. “As pessoas, às vezes falam: olha o Puerto Madero… Tem outra característica. Eu vejo de uma maneira mais simples: uma transposição por elevadores, por esteiras, tanto da parte da ferrovia quanto da Avenida Perimetral e o receptivo em área urbana, ali no Valongo. Eu usaria os armazéns como local de bagagens, de armazenamento de bagagens, de suprimentos, e o receptivo, a área vip, o embarque, o desembarque, check in, check out, em área urbana. A pessoa chega com a família três horas antes, despacha as malas e já vai passear pelo Centro Histórico”, acrescenta o prefeito santista.