Da Redação
Uma toninha (Pontoporia blainvillei) e uma baleia jubarte (Megaptera novaeangliae) encalharam já mortas na tarde de segunda (06/09) e na manhã de terça-feira (07/09) na praia da Guilherme, de Praia Grande, e na praia dos Campos Elíseos, em Itanhaém (SP), respectivamente. A equipe do Instituto Biopesca que executa o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-SP) foi acionada por populares e pela Guarda Civil Municipal de Praia Grande e realizou a necropsia dos animais.
O exame da baleia, um indivíduo juvenil com cerca de seis metros, foi feito em campo. Não foi possível identificar o sexo em decorrência do avançado estado de decomposição da carcaça, que já estava sem as nadadeiras peitorais, a cauda e os ossos da cabeça. Foram encontrados dois anzóis presos na pele da região da mandíbula do animal. A carcaça foi recolhida e destinada pela Prefeitura Municipal de Itanhaém.
No inverno, a avistagem de baleias, em especial jubartes, é comum porque, nesse período, elas migram das águas mais frias para as mais quentes a fim de se alimentarem e reproduzirem-se. Nesse percurso, diversas variáveis ocorrem, a exemplo da interação com a pesca e com a pesca fantasma, situação que pode contribuir com o óbito dos animais. A pesca fantasma ocorre quando diferentes petrechos de pesca, como pedaços de redes com anzóis e cabos, prendem-se aos corpos dos animais. Esses materiais são perdidos, abandonados ou descartados e ficam à deriva no mar.
Já a toninha foi necropsiada na sede do Instituto Biopesca, em Praia Grande. Era um macho adulto, com cerca de 1,11 metros. O animal foi encontrado com marcas evidentes de rede de pesca no rostro (o equivalente à boca). O petrecho foi retirado por populares antes da chegada da equipe do IBP ao local. Provavelmente, ele ficou emalhado em rede de pesca e morreu asfixiado. As toninhas são uma espécie de golfinho e, assim como outros mamíferos marinhos, têm pulmões e precisam ir à superfície para respirar.
O Instituto Biopesca é uma das instituições executoras do PMP-BS, uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.
Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. O Instituto Biopesca monitora o Trecho 8, compreendido entre Peruíbe e Praia Grande.
Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos, mas debilitados, ou mortos, entre em contato pelos telefones 0800 642 3341 (horário comercial) ou (13) 99601-2570 (WhatsApp e chamada a cobrar).
Para mais informações, acesse www.comunicabaciadesantos.com.br.
Foto: Divulgação Instituto Biopesca