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Região / Cotidiano

São Vicente: tio se emociona com doação de órgãos do sobrinho que morreu aos 18 anos

Da Redação

“Sabíamos da importância da doação de órgãos. Diante de um cenário triste, conseguimos dar esperança a alguém”. Esse relato é de Joelson Vicente, tio de Willian Vicente Pagliari, jovem que faleceu aos 18 anos de idade por Traumatismo Cranioencefálico (TCE), após se acidentar de moto, na sexta-feira (4).

Após a confirmação da morte de Willian, a equipe do Crei de São Vicente acolheu a família com carinho e questionou a possibilidade de doação dos órgãos. Joelson relembra que os familiares não hesitaram em sinalizar positivamente para o procedimento. “Infelizmente nosso garoto perdeu a vida precocemente. Entretanto, havia a possibilidade de reacender a luz de outra pessoa. Lá de cima, o Willian está, certamente, orgulhoso desse ato”.

Com o ‘sim’ da família, os profissionais acionaram a Organização da Procura de Órgãos (OPO), para uma avaliação técnica dos órgãos. Foi concluído que seria possível a doação do fígado, pulmão, pâncreas e rins.

A captação foi realizada no sábado (5), um dia após o óbito. Para isso, uma equipe médica de São Paulo foi até o Crei de helicóptero, para não ultrapassar o tempo máximo que os órgãos podem aguardar até serem realocados.

A doação não é novidade para a família Vicente, que já foi contemplada em duas oportunidades. “Com apenas 3 meses e meio de vida, meu filho, Gustavo Vicente, teve dengue hemorrágica choque. Ficou entre a vida e a morte. Graças à bondade de outras pessoas, conseguimos doação de plasma, plaquetas e sangue”, relembra Joelson. Hoje, o filho está saudável, com 11 anos.

Além de Gustavo, o irmão de Joelson, Jenilson Vicente, recebeu doação de rins há aproximadamente dez anos.

O sepultamento de Willian foi realizado nesta segunda-feira (7). Com emoção, o tio ressalta o legado deixado pelo sobrinho. “Ele era um menino bom, alegre e sonhador. Era luz na vida das pessoas. Carregaremos para sempre em nossos corações”.

Joelson concluiu o relato enaltecendo a importância da doação de órgãos. “Estender a mão ao próximo é mostrar que você não está despreocupado com os problemas alheios. Neste momento, graças à doação dos órgãos do Willian, outra família está feliz, celebrando a vida”.

Doação

A doação pode ser de órgãos (rim, fígado, coração, pâncreas e pulmão) ou de tecidos (córnea, pele, ossos, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue de cordão umbilical). Órgãos como o rim, parte do fígado e da medula óssea podem ser doados em vida.

A doação de órgãos de pessoas falecidas só é permitida após a confirmação do diagnóstico de morte encefálica.

Para se tornar doador, é fundamental informar esse desejo aos familiares que, após a morte, optarão ou não pelo procedimento.

Como fazer a doação no momento da morte de um familiar
Um dos membros da família pode manifestar o desejo de doar os órgãos e tecidos ao médico que atendeu o paciente ou à comissão intra-hospitalar de doação de órgãos e tecidos do hospital.

O contato também pode ser feito com a Central de Transplantes, que tomará as providências necessárias.

Foto: Arquivo pessoal