Anderson Firmino
Uma suposta manobra para favorecer a escola de samba Sangue Jovem no Grupo de Acesso do Carnaval de Santos ganhou as redes sociais neste final de semana. A tese era acompanhada de um link de um portal de notÃcias da região.
Porém, a Liga Independente e Cultural das Escolas de Samba de Santos (Licess) negou de forma veemente qualquer tipo de armação, lembrando que a reportagem citada é de 2016, ano em que a escola ligada à torcida do Peixe subiu para a elite do Carnaval.
Em post no perfil da Liga no Facebook, assinado pelo presidente Ditinho Fernandes, a Licess procura pôr um ponto final nas especulações. “Algumas pessoas estão compartilhando esta matéria para sugerir, de forma irresponsável e leviana, que já existe um resultado “definido” para o Carnaval 2020 no Grupo de Acesso, que este ano reunirá a Sangue Jovem e outras duas tradicionais agremiações da cidade: a Padre Paulo e a Brasilâ€, questiona a postagem.
A nota prossegue destacando a preocupação com a lisura nos desfiles santistas. “Em tempos de fake news e de tantas dificuldades que se impõem à cultura popular, é lamentável que ainda existam pessoas ligadas ao samba que se prestem a este tipo de atitude, sem qualquer compromisso com a realidade ou empatia diante do esforço de centenas de voluntários e profissionais que neste momento dedicam seu suor nos barracões da cidade.Esperamos ter esclarecido os fatos e, principalmente, contamos com o bom senso e as boas atitudes daqueles que realmente amam o Carnavalâ€.
Ditinho revela como tomou conhecimento dos boatos. “Alguns integrantes das outras escolas entraram em contato comigo, dizendo que o Carnaval não tem credibilidade, que estava tudo armado. Procurei o portal e me disseram que não havia nada disso. Algum engraçadinho pegou e montou essa fake news. Estão querendo comprometer a lisura do trabalhoâ€.
Lourival Dias Pina, presidente da Sangue Jovem, também comentou a situação. “A Sangue Jovem nunca participou dessas falcatruas. Em 2016, subimos por méritos. O que nós acreditamos é diferente: a queda não foi justa. Você chega ao ensaio técnico na passarela e põe 500 pessoas na avenida, coisa que ninguém consegue fazer. Sem apoio de ninguém. É difÃcil engolir. Quando armam, é para a gente cair. Agora é fato: basta ir para a avenida e ver com os próprios olhos. Se houver (armação), mais provável é para nos ferrar, mas não para nos beneficiarâ€.