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Brasil / Economia

Exposição internacional com realidade virtual no Sesc Copacabana

De 12 de setembro de 2019 a 26 de janeiro de 2020, o Sesc Copacabana recebe “A Biblioteca à Noite”, exposição imersiva imaginada e realizada pelo diretor canadense Robert Lepage e a Companhia Ex Machina, e inspirada no livro de mesmo nome do escritor argentino Alberto Manguel. Com entrada gratuita, a visitação será somente mediante agendamento prévio pelo site http://www.sescrio.org.br/.

A exposição oferece aos visitantes uma experiência ao mesmo tempo cenográfica e virtual, seguindo um roteiro de 10 bibliotecas, reais ou imaginárias. É um convite a uma viagem de Sarajevo até a Cidade do México, passando pela mítica biblioteca de Alexandria até o fundo dos mares a bordo do Nautilus, das “Vinte Mil Léguas Submarinas”, de Júlio Verne. Além disso, os visitantes poderão, até janeiro, participar de seminários e outras ações integradoras, como shows e saraus poéticos, espetáculos teatrais, oficinas e feiras de troca de livros.

O primeiro espaço é uma reprodução da biblioteca francesa do próprio Alberto Manguel, permitindo que o público adentre em seu universo enquanto se aclimata à relativa escuridão que caracteriza a exposição. A segunda sala, a floresta, é o coração da experiência cenográfica. Ao percorrer o local repleto de árvores, o visitante contrasta o espaço com a ordem e o rigor que caracterizam as bibliotecas. Neste local, usando óculos de vídeo tridimensional, o público é transportado para uma realidade virtual, explorando a tecnologia de imersão conhecida como 3D 360 ° VR.

MANGUEL, O ESCRITOR

Nascido em Buenos Aires no ano de 1948, o escritor Alberto Manguel viveu em Israel e no Taiti até se mudar para Toronto nos anos 1980, onde se tornou cidadão canadense. Atualmente, Manguel é diretor da Biblioteca Nacional da Argentina, cargo ocupado anteriormente por Jorge Luis Borges. No livro “A Biblioteca à Noite”, o autor discute as dimensões filosóficas, lógicas, arquitetônicas ou sociais que fundamentam a existência de qualquer biblioteca.

“Como a memória, uma biblioteca funciona de maneira diferente à noite. Durante o dia, você tem a sensação que cada título é oferecido a você com equidade, democraticamente. Mas à noite, alguns volumes desaparecem enquanto outros se afirmam no halo de sua luz.” (Alberto Manguel)


LEPAGE, O CENÓGRAFO MULTIARTISTA

Robert Lepage é artista multimídia e encenador premiado, fundador da Ex Machina, companhia de produção multidisciplinar com quem realiza espetáculos teatrais, óperas, vídeos, filmes e projetos expositivos. Com a companhia, concebeu a exposição “A Biblioteca à Noite” em 2016, para celebrar o 10º aniversário da Biblioteca e Arquivos Nacionais de Quebec em janeiro de 2016. Em 2017, o trabalho é exibido na Biblioteca Nacional da França.  Depois de passar por Moscou, Nantes, Tarbes e São Paulo, no Sesc Avenida Paulista, a exposição chega ao Rio de Janeiro.

 

LISTA DAS BIBLIOTECAS DA EXPOSIÇÃO

VÍDEOS
https://www.youtube.com/watch?v=Kv-7X75vewk

https://www.youtube.com/watch?v=bidj-MevdOs

 

BIBLIOTECA DA ABADIA DE ADMONT – ÁUSTRIA

Maior biblioteca monástica do mundo, construída no Iluminismo. Nos quatro cantos da sala, esculturas batizadas de As quatro últimas coisas encarnam a Morte, o Juízo Final, o Inferno e o Paraíso, reforçando a ideia manter o homem com os pés no chão e lembrá-lo de sua incontestável condição de mero mortal.

A biblioteca é dividida em três partes. Em um dos extremos, guarda a literatura sobre ciência e, no outro, os tratados de filosofia. No centro estão as bíblias, árbitros supremos de todas as questões que confrontam o homem.

TEMPLO DE HASE-DERA

Situado nas alturas de Kamakura no Japão, onde os monges copistas começam a registrar as palavras de Buda, a fim de garantir sua sustentabilidade.

No século XVI, no início da era Edo, a vasta maioria da população japonesa não sabia ler nem escrever e para assegurar a transmissão do saber religioso os monges criaram o rinzo, uma imensa prateleira giratória que desencadeia o tilintar de sinos que são fixados a ela. Esses sons tem como objetivo espantar os maus espíritos que assombram a biblioteca.

BIBLIOTECA DE NAUTILUS

Quando jovem, Alberto Manguel lia Julio Verne “por causa das extraordinárias ilustrações”.  Já adulto, o autor parece ser um prisioneiro de boa vontade, enfeitiçado pelo romance “Vinte Mil Léguas Submarinas”, como Aronnax, prisioneiro do Nautilus, é fascinado pelo esplendor da biblioteca do capitão Nemo, que contém 12 000 obras de ciência, moral, literatura, escritas em uma multiplicidade de línguas.

 

BIBLIOTECA NACIONAL DE SARAJEVO

Construída no final do século XIX em estilo arquitetônico neomourisco, a biblioteca era, originalmente, a prefeitura de Sarajevo. Sua quase total destruição em 1992, durante o cerco de Sarajevo, foi um acontecimento marcante da guerra civil, que durou até 1995.

 

BIBLIOTECA DE ALEXANDRIA

A mítica Biblioteca de Alexandria, que é considerada a mãe de todas as bibliotecas e nasce da vontade dos primeiros faraós ptolomaicos de reunir todo o conhecimento existente, reunindo uma soma de textos que lhe permitem reinar sobre o mundo de sua época. Já a nova biblioteca de Alexandria, inaugurada em 2002, é a reencarnação contemporânea da biblioteca mítica, erguida no lugar supostamente ocupado pelo primeiro prédio.

BIBLIOTECA DE VASCONCELOS – CIDADE DO MÉXICO

Construída em um leito de um lago seco no vale do México, a biblioteca pode primeiramente ser vista como uma enorme arca moderna onde livros, prateleiras e conhecimento flutuam no espaço, e à qual as pessoas podem se agarrar em caso de terremoto ou dilúvio, afastando as ameaças sísmicas que atormentam a região.

 

BIBLIOTECA DA UNIVERSIDADE DE COPENHAGUE

Construída em 1855, na grande época da arquitetura neogótica, a Biblioteca de Ciências Sociais da Universidade de Copenhague, hoje em dia, tem apenas um valor patrimonial. Sua utilidade atual é estética e acústica, se tornando, em suma, uma biblioteca embalsamada. Seus livros não estão classificados nem listados e, portanto, não podem ser consultados. É uma biblioteca de uma época passada, composta de livros perdidos em prateleiras, sem endereço, que são chamados de livros mortos.

 

BIBLIOTECA DO PARLAMENTO DE OTTAWA

A Biblioteca do Parlamento, em Ottawa, ostenta orgulhosamente seu estilo vitoriano. Um lugar magnífico, mas austero, consistindo essencialmente de documentos legais. A presença predominante de uma estátua da rainha Vitória contribui para sua solenidade.

A BIBLIOTECA DE SAINTE-GENEVIÈVE – PARIS

A construção da Biblioteca Sainte-Geneviève foi confiada ao audacioso arquiteto Henry Labrouste. Na época de sua inauguração, em meados do século XIX, o edifício foi testemunha de vários avanços tecnológicos, como o início do uso de elementos estruturais em ferro fundido. Mas o mais importante deles foi certamente a introdução da iluminação a gás, que permitiu estender o horário de funcionamento da biblioteca para bem além do que era permitido pela luz natural do sol.

 

BIBLIOTECA DO CONGRESSO AMERICANO – WASHINGTON

A cidade de Washington se estende em uma vista 360 graus em torno do visitante através das janelas circulares da cúpula da Biblioteca do Congresso. Como em uma estrutura panóptica, cada leitor está potencialmente sob o olhar do bibliotecário chefe, no coração da sala de leitura, fixado em sua torre central.