Da Agência Brasil e da Redação
No 11º dia dos Jogos Olímpicos de Tóquio, o Brasil se despediu em algumas competições, mas segue remando em outras, como no vôlei e na canoagem. Confira os detalhes:
Vôlei de quadra
As meninas do Brasil do vôlei de quadra fizeram seu último jogo no Grupo A dos Jogos Olímpicos de Tóquio e venceram o Quênia por 3 sets a 0 (parciais de 25/10, 25/16 e 25/8).
Nas quartas de final, as adversárias das brasileiras serão as russas. O confronto vai ser na quarta-feira (4), e o horário ainda vai ser definido, assim como o restante do chaveamento.
Vôlei de praia
Alison e Álvaro Filho estão nas quartas de final do vôlei de praia masculino nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Com facilidade, a dupla brasileira bateu os mexicanos Gaxiola e Rubio por 2 sets a 0 (parciais de 21/14 e 21/13).
Na próxima fase, Alison e Álvaro Filho vão enfrentar Martins Plavins e Edgars Tocs, da Letônia. Eles eliminaram os brasileiros Bruno Schmidt e Evandro, ao vencerem por 2 sets a 0 (19/21 e 18/21) em 49 minutos de jogo no Shiokaze Park.
“O que posso falar desse jogo é que o sentimento que estou agora não é o que eu queria. Mas analisando friamente, eles foram superiores do primeiro set até o final do jogo”, afirmou Bruno, campeão .
“Depois de tudo que eu passei, eu adoraria viver uma história bacana e de muita superação, mais do que já estou tendo. Queria ter ajudado mais o Evandro na sua segunda participação olímpica. Eu acho que a gente merecia isso, depois de tudo que a gente passou. Ainda mais depois da pandemia, nosso time foi muito afetado. Se você for ver, 5 meses atrás eu estava saindo do hospital, eu nem sabia se estaria aqui. Não sabia se conseguiria me recuperar a tempo, iriam me substituir e eu perderia uma participação dessas. Tentei em curto prazo ser o melhor atleta que eu poderia ser, mas hoje não deu”, afirmou o jogador, que teve um quadro grave de Covid19.
Evandro reconheceu a superioridade dos adversários e disse que sua dupla agora precisa se recolher.
“No jogo de hoje nós tentamos mudar a forma, mudar o jogo. É muito difícil jogar atrás com o placar. Nós tentamos buscar no final do primeiro set, no final do segundo set, mas os letões jogaram melhor hoje, e isso fez toda a diferença para que eles saíssem com a vitória. Agora é levantar a cabeça e recolher nosso time. Tem etapas do Circuito Mundial ainda para acontecer até o final do ano e vamos em busca de melhoria, evoluir como time e como pessoa”, afirmou.
Ginástica
Tóquio 2020 é um divisor de águas na história da ginástica artística feminina brasileira. Após as inéditas medalhas de ouro no salto e a prata no individual geral, Rebeca Andrade ficou na quinta colocação no solo, nesta segunda-feira, dia 2. Ao som de “Baile de Favela” e com uma apresentação que encanta a torcida brasileira, Rebeca somou 14.033 pontos.
“Jamais poderia esperar tudo que aconteceu aqui. O atleta de alto rendimento sempre quer ganhar medalhas, mas eu acho que ganhei muito mais que só as medalhas. Eu ganhei a admiração das pessoas, o respeito, eu fiz história. Eu representei um país inteiro. O peso destas medalhas está sendo muito grande e estou muito feliz de orgulhar todo mundo, principalmente a minha família e o meu treinador”, celebrou Rebeca.
A medalha de ouro na prova do solo ficou com a americana Jade Carey (14.366) ,e a prata, com a italiana Vanessa Ferrari (14.200). O bronze foi entregue para a japonesa Mai Murakami e para a russa Angelina Melnikova, empatadas com 14.166.
“Estou muito feliz, muito grata com todas as apresentações desde o primeiro dia e por ter finalizado tão bem agora com o solo. Ter levado mais alegria ainda para o Brasil, para todas as pessoas que torceram por mim, que acreditaram no meu talento, as que me conheceram agora também. Repercutiu tanto e inspirou tantas pessoas, que não tem outra coisa que não seja gratidão”, destacou Rebeca, que sai de Tóquio satisfeita com sua performance.
“Eu me senti incrível. Não me senti pressionada para nada, para ganhar uma medalha para o Brasil, para acertar tudo. Foi uma coisa muito natural, que só fluía. O fato de eu pensar assim me ajudou muito a ter os bons resultados que tive aqui. Estou extremamente satisfeita com a minha performance em todos os aparelhos”, avaliou a jovem de 22 anos.
O Brasil ainda tem mais uma chance de medalha na ginástica artística feminina, dessa vez com Flavia Saraiva. A final da trave está marcada para esta terça-feira, 3, às 17h50 do Japão (5h50 do Brasil).
Por sua vez, Arthur Zanetti chegou a Tóquio disposto a fazer história. Após conquistar o ouro em Londres 2012 e a prata no Rio 2016, o ginasta buscava se tornar o primeiro atleta a ter três medalhas olímpicas nas argolas. A missão estava longe de ser fácil. Além dessa escrita, Zanetti tinha pela frente adversários do primeiro escalão, como o campeão olímpico Eleftherios Petrounias (Grécia) e o campeão mundial Yang Liu (China).
Com uma apresentação segura, mas uma falha na aterrissagem, Zanetti somou 14.133 pontos e terminou em oitavo lugar. Apesar de não ter conquistado a medalha dessa vez, o campeão olímpico saiu satisfeito com o resultado.
“Temos que sair felizes em tudo na nossa vida. Não é porque errei que tenho que sair triste. Saí feliz porque arrisquei. Tinha que arriscar e, como falei, ninguém sabe o quanto sofri pra fazer essa saída. Machuquei o pé várias vezes para fazer a saída e, se eu não tivesse feito isso hoje, com certeza ficaria triste. Pelas notas que venho tirando nas apresentações, ficaria em quarto e quinto. Aí você me veria triste, porque não arrisquei. Não tive o melhor resultado, mas saio satisfeito porque coloquei em prática o que vinha treinando”.
Na outra final masculina do dia, Caio Souza terminou em oitavo no salto. O brasileiro somou 14.466 e 12.900 em seus dois saltos, ficando com uma média de 13.683.
Canoagem
A dupla Isaquias Queiroz e Jacky Godmann se classificou para a semifinal da prova do C2 1.000m na canoagem velocidade, nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020. No início da tarde desta segunda-feira no Japão (noite de domingo no Brasil), no Sea Forest Waterway, os brasileiros garantiram a vaga ao vencerem sua bateria das quartas de final com o tempo de 3min48s611. Tanto a semifinal quanto a final estão programadas para esta terça-feira, a partir das 9h44 do Japão (19h44 de Brasília).
“Importante chegar bem amanhã. Vento estava forte, mas superamos isso. Nós treinamos muito, não viemos para cá a passeio, vamos dar o nosso máximo. Não queremos só chegar na final, queremos ganhar medalha”, afirmou Isaquias, que faturou duas medalhas de prata e um bronze nos Jogos Olímpicos Rio 2016.
Mais cedo, Isaquias e Jacky disputaram a qualificatória e poderiam ter avançado direto para a semifinal caso terminassem entre os dois primeiros. Mas a dupla acabou chegando em terceiro, com o tempo de 3min48s378. As vagas diretas ficaram com os chineses Liu Hao e Zheng Pengfei, com 3min37s783, e com os cubanos Fernando Henriquez e Serguey Madrigal, com 3min39s028.
“Na eliminatória fizemos uma prova que não foi o suficiente, nos 750m eu já pedi para o Jackie abrir mão para já nos concentramos para as quartas de final. Mas o caminho está feito, estamos bem treinados. E fazer uma prova a mais acaba dando mais ritmo de prova”, disse Isaquias.
No K1 1.000m, Vagner Souta não conseguiu a classificação para a semifinal. Na qualificatória, o brasileiro foi o quinto na sua bateria, com o tempo de 3min57s178. Ganharam a vaga direta nas semifinais o português Fernando Pimenta, com 3m40s323, e o eslovaco Peter Gelle, com 3m42s131.
Na bateria das quartas de final, Vagner terminou em terceiro, com o tempo de 3min52s402. As duas vagas na semifinal ficaram com o russo Maxim Spesivtsev, com 3min44s136, e com o chinês Zhang Dong, com 3min44s269.
Tênis de mesa
Após uma dura batalha contra a Sérvia nas oitavas de final, o Brasil encarou pela frente outro forte adversário na disputa por equipes: a Coreia do Sul, cabeça de chave numero 4 e com uma das duplas mais fortes do circuito mundial.
Gustavo Tsuboi e Victor Ishiy foram derrotados por 3 a 0 por Sangsu Lee e Youngsik Jeoung na primeira partida. Na segunda, Hugo Calderano teve dificuldade de encaixar seu jogo e também foi derrotado por 3 a 0.
“Coreia é uma equipe muito forte, a gente desde o início já sabia que seria difícil, ficamos o jogo todo sob pressão e foi difícil reagir. Eu não consegui colocar a mesma intensidade do individual, meu jogo é muito exigente, tentei, briguei até o fim mas não achei aquele extra que precisa pra ganhar dos melhores do mundo”, disse Hugo Calderano, que teve uma participação histórica em Tóquio.
A partida mais disputada foi entre Tsuboi e Youngsik Jeoung. Após empatar em 2 a 2, mesmo sentindo dores musculares, Tsuboi não conseguiu segurar o volume de jogo do sul-coreano e foi derrotado por 3 a 2, finalizando assim a participação do Brasil no tênis de mesa dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
“É difícil terminar a competição com essa derrota, viemos com o sonho e vontade de conquistar uma medalha mas acho que saímos de cabeça erguida porque foi um resultado histórico pra nós. Chegamos entre as 8 melhores equipes do mundo e é uma conquista muito forte. Temos que sair de cabeça erguida, cumprimos nosso papel e nossa missão. Demos nosso melhor para conquistar o melhor resultado possível”, disse Gustavo Tsuboi, que também fez uma campanha histórica no Japão.
Resultados:
Brasil 3 X 0 Coréia do Sul
Vitor Ishiy e Gustavo Tsuboi 0 X 3 Sangsu Lee e Youngsik
Hugo Calderano 0 X 3 Woojin Jang
Gustavo TSUBOI 2 X 3 Youngsik Jeoung
Foto: Julio Cesar Guimarães/COB