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2.0 - REGIÃO

BS relembra 1 mês da tragédia com 45 mortos por conta das chuvas

Da Redação

Um mês. Esse é o tempo em que a Baixada Santista viveu uma de suas piores tragédias em relação as chuvas. As cidades de Santos, São Vicente e Guarujá foram as mais impactadas, com a contabilização, final, de 45 moradores mortos.

Muitos ainda não se reergueram e as prefeituras tem desenvolvido ações para ajudar as famílias que ficaram desabrigadas e perderam, além de casa e utensílios domésticos, parentes e sua dignidade.

De acordo com a prefeitura de Santos, a COHAB-Santista tem prestado auxílio, através de Convênio firmado entre o Município e a CDHU, pelo Programa Novo Começo e Auxílio Moradia Emergencial, para 83 famílias que receberam seus benefícios, entre 27 e 30 de março de 2020, de um total de 398 famílias aptas ao benefício. Os pagamentos estão sendo efetuados pela CDHU, no Banco do Brasil e de forma escalonada, por precaução, em virtude da pandemia do COVID-19 (CORONAVÍRUS).

A cidade ainda contabiliza 24 famílias nos acolhimentos. A Defesa Civil de Santos informa que cerca de 30 casas no Morro São Bento foram oficialmente interditadas, com adesivagem e demarcação com tinta spray. Há o perigo de deslizamentos nas áreas afetadas, nos morros, bem como nas demais áreas de risco, especialmente, após chuvas intensas ou prolongadas , que resultam em valores altos de acumulado pluviométrico. A recomendação é que esses moradores acompanhem, sempre, a previsão no Portal da Prefeitura de Santos: https://www.santos.sp.gov.br/

Com seis frentes de trabalho no Morro São Bento, começaram no dia 20 de março as obras emergenciais nos morros para resolver problemas decorrentes das fortes chuvas que atingiram a Cidade a partir de 2 de março – em três dias, choveu em Santos mais do que a média prevista para março, provocando a decretação do estado de emergência (dia 3/3).

Santos

“Foram retirados os materiais decorrentes dos deslizamentos para as obras de contenção de encostas”, explica o engenheiro Nilson Barreiro. Os trabalhos estão concentrados em trecho de encosta no encontro das ruas Santa Valéria com Santa Marta; na Avenida São Cristóvão, proximidades do número 262, e na Rua São Roque. Também na Avenida Santo Antônio do Valongo, em frente ao número 352; em frente à Avenida Santo Antônio do Valongo, nas imediações da escadaria São Domingos e na Avenida Santo Antônio do Valongo, junto à Avenida São João.

No momento, as equipes executam sondagens para identificação do tipo de solo, a fim de definir as intervenções ideais em cada local, que podem ser muros de arrimo, solo grampeado e proteção com rede, entre outras alternativas. Lonas já foram instaladas para proteger os locais onde ocorreram deslizamentos. Os serviços têm a supervisão da pasta de Infraestrutura e Edificações e deverão ser concluídos no prazo de seis meses.

RECURSOS

As ações são baseadas em mapeamento da Defesa Civil e de equipes multidisciplinares da Prefeitura, com prioridade para urgências consideradas ‘nível zero’, ou seja, que necessitavam começar o mais rápido possível. Contam com recursos de R$ 14.882.963,18 do Governo do Estado, que são liberados de acordo com o andamento dos serviços.
As intervenções precisam ser concluídas em até seis meses, contados a partir de 3 de março. Fazem parte de um pedido que o município de Santos oficializou, no último dia 15, de auxílio financeiro aos governos estadual e federal para a realização de obras emergenciais nos morros São Bento, Santa Maria, Cachoeira, Fontana, Pacheco, Marapé, Penha, Jabaquara e em equipamentos públicos afetados pelas chuvas.

GUARUJÁ

A Prefeitura de Guarujá informa que as famílias que perderam as suas casas foram cadastradas no Programa de Locação Social, destas 316 já recebem o benefício, incluindo as pessoas que ficaram abrigadas na Escola Municipal Dirce Valério. O local já não possui desabrigados e a unidade já foi entregue para Secretaria de Educação. Após os deslizamentos decorrentes do temporal, foram distribuídas mais de duas mil cestas básicas às famílias vítimas do temporal.

Desde o último dia 23, o cadastramento e atendimento às famílias são realizados via WhatsApp, por tempo indeterminado, seguindo as orientações metropolitanas, que visam evitar aglomerações em meio à pandemia do novo coronavírus (Codiv-19). O atendimento é das 8 às 14 horas. Os números para contato são (13) 3308 6919 ou 3308 6913.

Cerca de 800 pessoas estão cadastradas na lista de triagem do programa de locação social municipal. Seus dados estão sendo analisados minuciosamente pelos técnicos da Sehab. Nos próximos dias sairão novos decretos complementares até que todas as famílias atingidas, e que se enquadrem nos termos da lei que concede o benefício, sejam atendidas.

Guarujá

O benefício municipal de locação social oferece R$ 3.700,00 ao longo de 12 meses, sendo uma primeira parcela de R$ 1.500,00, seguida por 11 parcelas consecutivas de R$ 200,00 por família.
Na última sexta-feira (27), moradores de Guarujá também começam a receber do Governo do Estado o Auxílio Moradia Emergencial (A.M.E.) que oferece o aporte inicial de R$ 1.000,00, seguido por mais 12 parcelas de R$ 300,00.

A lista com os primeiros 61 nomes foi anunciada no site da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo), conforme decreto no Diário Oficial do Estado. Todos foram comunicados pela CDHU das respectivas datas de pagamento do benefício, via mensagem SMS, no telefone celular.

A Defesa Civil do Município vem realizando vistorias diárias, além de orientação a população. Foram interditadas 830 moradias nos morros atingidos e cerca de 87 demolições. As interdições seguem critérios técnicos para determinar se as casas possuem condições de serem habitadas ou interditadas. Essas medidas levam em conta a instabilidade do terreno, trincas e rachaduras, distância entre a moradia e a encosta, escorregamentos antigos e dano estrutural.

Se houver a constatação de danos estruturais, com trincas em colunas e vigas, por exemplo, a interdição pode ser permanente ou pode haver até mesmo a demolição. Caso contrário, é autorizada a reocupação, porém, com orientação para que continuem seguindo os parâmetros do Plano Preventivo da Defesa Civil (PPDC).
Em Guarujá, o Corpo de Bombeiros decretou oficialmente o fim das buscas por vítimas no último dia 17 e, ao todo, foram 34 óbitos confirmados. Não há desaparecidos.

SÃO VICENTE

A Administração já enviou projetos visando a recuperação de danos causados pelo temporal. A Cidade pleiteia o repasse de R$ 10 milhões, que teria direito, dentro dos R$ 50 milhões destinados pelo Estado para a Baixada Santista. O objetivo é utilizar esse recurso para recuperar escolas, pavimentação de ruas e avenidas e demais equipamentos atingidos pela enchente.

São Vicente

Crédito das imagens: Mais Santos