Da Redação
Mãe da favela tem sinônimo: resistência! A maioria trilha esse caminho sozinha. Segundo dados do IBGE, 57% das mães solo do paÃs vivem na pobreza. A renda mensal que em média é de R$ 400 , caiu ainda mais na pandemia. Algumas empregadas domésticas, faxineiras, autônomas, passaram a integrar os mais de 14 milhões de desempregados, número divulgado pelo mesmo IBGE na semana passada.
Karina Lima, 34 anos, e 4 filhos, com idades entre 2 e 12 anos são um exemplo dessa perversa estatÃstica. Em um dos muitos dias em que não tinha comida, dividiu sobras do pão embolorado. “Tirei os pedaços do bolor e dei pra eles comerem, foram parar no hospital, mas o que podia fazer?”, afirma .
Para ela e tantas outras famÃlias neste domingo, mãe da favela também ganhou um outro significado: coragem e esperança. A CUFA, Central Única das Favelas, se mobilizou em todo o paÃs e entregou quase 17 milhões de alimentos, 2 milhões a mais do que o previsto. Mais de 630 mil mulheres também levaram para casa uma rosa
Na Baixada Santista
Diversas centrais espalhadas pelas cidades da região aderiram a essa corrente de mobilização. No JapuÃ, em São Vicente, teve café da manhã para as mães. Elas receberam rosas, trufas e um kit de beleza com creme hidratante.
Em Santos, na Cufa Embaré , a música deu uma pitada a mais de sabor para a mesa farta e houve distribuição de cestas básicas. No Guarujá, mais alimentos foram doados, assim como em PeruÃbe e Praia Grande.
“Conseguimos atender só neste domingo mais de mil famÃlias na região”, afirma Deraldo Silva, coordenador da CUFA Baixada Santista.
É como diz o poema que inspirou essa mobilização: ” e se quer saber o rumo do mundo pergunte a uma mãe. Todas elas . Pretas, IndÃgenas, Ribeirinhas , Mães da favela, Múltiplas. Guerrilheiras…O caminho, o rumo, É ELAS. MÃES DA FAVELA.”
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