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Santos / Cotidiano

A trajetória de Paulo Alexandre Barbosa

Por Liliane Souza

Prefeito de Santos pelo segundo mandato consecutivo, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) traz no currículo uma experiência profissional que começou por meio de atuações no Governo do Estado de São Paulo. Marido da advogada Vanessa Barbosa e pai de Gabriela e Paulo Alexandre Filho, o prefeito conta que o desejo em seguir a vida pública começou cedo, quando ainda era menino.

Paulo nasceu em janeiro de 1979, um ano após seu pai, Paulo Gomes Barbosa, ser nomeado prefeito de Santos. A experiência de seu pai, que foi vereador por três mandatos e comandou o executivo municipal entre 1980 até o turbulento ano de 1984, foi o que norteou Paulo Alexandre.

“Desde cedo acompanho a política pelos braços do meu pai. Ele sempre foi a minha referência ética e de trabalho, de como construir uma vida baseada nos bons princípios. Mas o momento que marcou e determinou este novo rumo em minha vida foi durante a faculdade de Direitoâ€. Ele conta que estava prestes a prestar o Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) quando recebeu o convite para atuar no governo do Estado de São Paulo.

Determinado, Paulo Alexandre não dispensou a oportunidade e, a partir daí, passou a atuar na Secretaria de Juventude, Esporte e Lazer. Em 2002, aos 22 anos, ele foi nomeado diretor de projetos especiais da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE). Na secretaria de Educação, o advogado foi o responsável pela implantação e coordenação do Escola da Família, programa premiado pelas Nações Unidas que permite a abertura de escolas aos finais de semana, beneficiando milhares de jovens através de bolsas de estudos. Não demorou muito para se tornar secretário-adjunto, cargo que ocupou entre 2004 e 2006, consolidando seus primeiros passos na política. “Foi a partir dai que entrei de cabeça na vida públicaâ€.

Em 2006, aos 27 anos, Paulo Alexandre foi eleito deputado estadual. Ele foi reeleito em 2010 e, no ano seguinte, licenciou-se para assumir o cargo de secretário de Desenvolvimento Social. Paulo passou da esfera estadual para a municipal em 2012, após ser eleito prefeito de Santos. Este ano, o candidato do PSDB foi reeleito com 172.215 votos, o equivalente a 77,74% do total.

Quais são seus planos para o futuro de Santos?

Vamos consolidar as conquistas e fazer eventuais correções em programas, projetos e serviços da primeira gestão. O segundo mandato será o momento de consolidar os diversos avanços que preparamos nesses quatro anos. Na saúde, vamos garantir o funcionamento total do Complexo Hospitalar Estivadores, que terá a frente o Hospital Alemão Oswaldo Cruz, referência em atendimento no País.

Queremos continuar com os esforços para reduzir ainda mais a mortalidade infantil ampliando o Programa Mãe Santista e, nas reformas e implantações de novos equipamentos de saúde, seguir o mesmo padrão de qualidade adotado nas oito policlínicas que construímos nos últimos quatro anos e entregar as outras duas que estão em obras.

Vamos dar andamento à segunda fase do VLT, com sua expansão para o Centro Histórico e realizar a obra da entrada da Cidade; entregar mais duas novas escolas de educação infantil; inaugurar o quarto restaurante Bom Prato na região do Dique; implantar novos corredores de ônibus, mais ciclovias, semáforos inteligentes para melhorar a fluidez, funcionamento do Centro de Controle Operacional, além de obras de pavimentação e acessibilidade.

O senhor se sente realizado profissionalmente? Caso negativo, o que falta?

Com certeza. Me sinto muito realizado. É o sonho de qualquer cidadão governar a sua Cidade e no meu caso não é diferente. Aqui é a minha Terra, onde nasci, vivo e moro com a minha família.

O que pretende fazer após o segundo mandato como prefeito de Santos? O senhor tem planos para uma futura candidatura como governador do Estado de São Paulo?

Meu foco e minha preocupação hoje é atender a expectativa que os santistas depositaram em nosso projeto. Conseguimos colocar muita coisa em prática, mas temos que dar continuidade para não perder os avanços que tivemos nos últimos anos.

Qual a maior saia justa que já passou como prefeito?

Acho que foi o mesmo desafio que todos os prefeitos tiveram, que foi administrar o município na pior recessão dos últimos 90 anos. Houve queda na arrecadação e aumento das demandas de serviços públicos, afinal, na administração municipal, quando o País está em crise há uma maior pressão pelos atendimentos. Neste período, o pai que fica desempregado tira o filho da escola particular e coloca na escola municipal, sai do plano de saúde e vai para o hospital público. Por isso, reforçamos os atendimentos em todas as áreas e o aumento foi grande. Além deste crescimento, tivemos ainda uma maior procura pelos serviços das pessoas de cidades próximas que enfrentaram problemas financeiros. Santos não vai fechar as portas a estas pessoas, vai atender a todos com a mesma dignidade e respeito que o cidadão merece. Afinal, sabemos da nossa responsabilidade na Região Metropolitana da Baixada Santista.

Alguma vez já pensou em desistir do cargo?

Não, nunca! Quando assumimos uma responsabilidade pública a palavra desistir tem que ser riscada do nosso vocabulário. Quando nos comprometemos a governar uma Cidade temos que saber que enfrentaremos grandes desafios e dificuldades, mas se trabalharmos com afinco conquistamos nossos objetivos. Com a palavra desistir, recomendo colocar outra ainda mais forte: nunca desistir.

Como o senhor analisa sua atuação como prefeito?

A minha preocupação é fazer um governo para quem realmente precisa do poder público. Trabalhamos para todos os santistas, mas principalmente para reduzir as desigualdades existentes, por isso implantamos o Bom Prato nos Morros, as Vilas Criativas na Zona Noroeste, Morros, Mercado e Ãrea Continental, além do CREAS na Zona Noroeste e Morros. Cabe ao santista analisar as nossas ações, o que fizemos durante a gestão e, nas urnas, aprovar ou não o nosso trabalho. A aprovação veio das urnas, por meio do trabalho que fizemos em toda a cidade.

O que pensa sobre o atual momento político do Brasil?

Não só no Brasil, mas a política está tomando novos rumos principalmente por conta dos meios de comunicação, notadamente as redes sociais. As pessoas estão acompanhando cada vez mais e querem participar da gestão, cobram resultados e que o serviço público funcione adequadamente. Em 2013, a primeira medida que adotamos foi o congelamento das tarifas de ônibus, que chegou a ficar 40 meses sem reajuste, e buscamos a melhoria do serviço: exigimos veículos com ar condicionado e o cumprimento do contrato, por isso começamos a autuar a empresa por meio da fiscalização. Ainda naquele ano, alguns meses depois foram registradas as primeiras manifestações acerca do aumento da tarifa do transporte, que culminou em uma série de protestos pelo País. Ou seja, antes mesmo dos protestos estávamos trabalhando para melhorar o serviço.

Quais suas principais dificuldades como prefeito de Santos?

A primeira barreira, mas isso não é aqui na Prefeitura, mas no serviço público, é a cultura do não pode. Por isso, tivemos que inovar e ter criatividade para aumentar receitas e, neste ponto, as parcerias foram fundamentais porque o poder público não consegue fazer tudo sozinho. Tivemos que romper com algumas barreiras para responder à altura às necessidades da Cidade. Fizemos uma importante parceria com a Fundação Lusíada, em que eles construíram um prédio para abrigar a UPA Central sem qualquer custo ao município. Foram investidos cerca de R$ 22 milhões e o prédio cedido para o município, na maior parceira da história feita pela Prefeitura. Outro diálogo que avançamos foi o contrato com a Sabesp. Apesar de atuar na Cidade há décadas, a empresa não tinha um contrato de prestação de serviços. Avançamos na negociação e fizemos um acordo que envolve entre repasses e investimentos com recursos da ordem de R$ 1 bilhão.   

O que faz para se manter atualizado?

Acompanho diariamente os indicadores da gestão, de obras, financeiros, da ouvidora, leio os jornais. Mas o mais importante é o contato com as pessoas. É nessa hora que a informação deixa de ser um dado frio para realmente sentir o impacto dela na vida das pessoas. O olho no olho é fundamental para sentir o que está acontecendo em todos os bairros. Foi isso que fizemos nesses quatro anos e vamos continuar fazendo, ouvindo as pessoas, estando presente em todos os bairros.

Qual dica o senhor pode dar para aqueles que pretendem atuar na gestão pública de uma Cidade?

Acho que não tem uma dica específica. Mas claro, é essencial estar preparado para atuar na gestão, se atualizar para acompanhar as mudanças e se dedicar integralmente àquilo que acredita. O Brasil e o mundo vivem um novo momento político, no qual a população começa a exigir pessoas qualificadas, preparadas e que saibam gerir as administrações públicas. A população quer resultados e serviços de qualidade.