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Santos / Cotidiano

Especialista esclarece dúvidas sobre portaria remota

Algumas qualidades do serviço de portaria remota são muito conhecidas, como gerar mais segurança e ser mais econômico a longo prazo. Mesmo assim, pela ausência do porteiro presencial, que gera uma sensação de segurança, a desconfiança em relação à nova tecnologia é grande e alguns ainda resistem e se perguntam: será que esse é o serviço ideal para o meu condomínio?

É normal que novidades cheguem em meio a desconfianças! Mas, se não fosse bom, por que há um crescimento constante na substituição de porteiro físico pela portaria remota? Para esclarecer algumas dúvidas frequentes sobre o serviço, entrevistamos Walter Uvo, que é especialista em segurança e tecnologia para condomínios da MinhaPortaria.com.

Todos os condomínios podem ter portaria remota?

Sim. Porém é um trabalho customizado conforme o tamanho e as necessidades particulares de cada residencial, alguns condomínios terão uma eficiência financeira maior do que outros, pelo volume. Por exemplo, em condomínios-clube (que costumam ser grandes, com ampla área de lazer e, em alguns casos, comércio interno), a economia é menor, pois são mais unidades; já em um condomínios de menor porte, a economia será maior. Porém, em relação ao aumento de segurança, todos os residenciais que implantam o sistema de portaria remota têm ganhos precisos.

Há riscos de imprevistos na portaria remota, como problemas de conexão e falta de energia?

Há, sim, riscos de imprevistos, como queda de energia, por desligamento programado de uma operadora, troca de um poste ou cabeamento, ou de internet, que pode ocorrer ocasionalmente. A grande questão é: como a empresa que está entregando o serviço de portaria remota controla, para evitar que a prestação de serviço seja interrompida e os moradores sejam impactados, esses riscos e imprevistos que podem ocorrer? Para evitar o problema, a nossa empresa possui a própria companhia de telecom, a Fox Telecom, que desenvolve todo um trabalho na área, garante links e backups secundários e principais via rádio, tornando o serviço imune a efeitos locais, como enchentes e quedas de postes. Na parte de energia elétrica, é necessária uma implantação de contingenciamento com nobreak e baterias — que suportam de 4 a 8 horas —, dependendo do condomínio, mantendo o funcionamento de todo o sistema. Ou seja, é recomendável certificar que a empresa fornecedora do serviço tem capacidade para manter o funcionamento pleno, mesmo sem energia eletrica ou internet.

Além da biometria para identificação de moradores, câmeras e a liberação de entrada de visitantes pela portaria remota, quais outras garantias de segurança?

A portaria remota tem um trabalho reativo startado (iniciado) a partir de uma ocorrência local, por isso torna-se fundamental a utilização de sensores. Quanto mais sensores espalhados de diversas formas (de porta aberta, de porta violada, de muro, biométrico etc.), mais indicadores de ocorrência para notificar a central e então serem tomadas medidas cabíveis para a resolução de cada ocorrência.

Há casos de condomínios que precisam de portaria remota e também de porteiros presenciais? Como isso funciona?

Há operações de portarias híbridas: em uma determinada faixa horária, há um profissional presencial e no restante do período, o atendimento é por meio da portaria remota. Isso acontece principalmente em condomínios muito grandes, que precisam de uma triagem no horário diurno, que é o de maior movimento. Isso acontece também em condomínios em implantação — que acabaram de ser entregues —, quando ainda acontecem muitas obras e, por isso, necessita do porteiro presencial para fazer o cadastro dos prestadores de serviços, porém fora desse período a portaria remota entra em ação. A portaria híbrica é muito comum em condomínios comerciais: no horário comercial, há um porteiro presencial — fazendo toda a parte de atendimento e triagem de visitantes —, e fora deste horário, o atendimento é feito pela portaria remota. Porém saliento que não se aplica ter ao mesmo tempo o porteiro presencial e o remoto, pois o responsável operacional naquele instante tem que assumir a dinâmica da operação. Várias pessoas não podem se responsabilizar pela mesma operação, pois se tiver 2 pessoas, 2 empresas e 2 ações distintas respondendo pelo mesmo trabalho, há um aumento de riscos e vulnerabilidade.

Os profissionais que eram de portaria presencial estão sendo reaproveitados nas centrais de monitoramento?

Em alguns casos, sim. Na minha empresa, há o caso de uma pessoa que era porteiro presencial, passou pela operação da portaria remota e evoluiu para o marketing. Porém cabe resaltar que nem todos esses profissionais de portaria têm o perfil necessário e alguns não se adequam, porém depende do interesse de cada um. Existe um treinamento para preparar e reaproveitar os profissionais do condomínio onde será implantada a portaria remota. Quem tem a experiência presencial e puder aliar a remota poderá ter uma visão e eficiência muito mais ampla, por conhecer a fundo o funcionamento e dinâmica dos condomínios.

Como são feitas entregas e correspondências nos condomínios com portarias remotas?

Em geral, cada condomínio tem um procedimento para entregas e correspondências: alguns definem que o zelador vai receber; outros determinam que primeiro deve chamar o morador e, caso não esteja, convocar o zelador; e há também aqueles que deixam a cargo do morador e, se não estiver, a encomenda é devolvida. Mas até para isso há inovações, a nossa empresa oferece a solução que chamamos de “armário inteligente”, em que o entregador coloca o pacote diretamente, sem a necessidade de chamar zelador ou morador para receber. O destinatário é notificado no aplicativo sobre a entrega feita e por meio do QR Code pode abrir e retirar.