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Santos / Meio Ambiente

Santos participa de seminário internacional sobre mudanças climáticas

Da Redação

Em celebração aos 30 anos de parceria com a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) promove, nesta quarta-feira (1º/9), um seminário on-line sobre adaptação climática. O evento, que ocorre das 9h às 12h, contará com a participação do chefe da Seção de Mudanças Climáticas (Seclima) da Secretaria de Meio Ambiente (Semam), Eduardo Hosokawa, além de representantes da Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil.

A participação de Eduardo se deve ao fato da cidade de Santos ser considerada referência nacional e ser o primeiro município a desenvolver um Plano Municipal de Adaptação à Mudança Climática. “Fomos escolhidos pelo Ministério do Meio Ambiente do Brasil e da Alemanha – Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit GmbH (GIZ) para o Projeto ProAdapta, que visa favorecer o aumento da resiliência climática do Brasil, por meio da implementação efetiva da Agenda Nacional de Adaptação.

No âmbito do Governo do Estado, fomos selecionados como referência para o Projeto Municípios Paulistas Resilientes, que apoia o desenvolvimento dos planos de adaptação e medidas frente aos impactos da mudança do clima”, explicou.

Hosakawa destaca que o tema deve ser visto como um problema regional e global. “Os trabalhos que desenvolvemos têm a premissa de serem replicáveis. O tema Mudança do Clima não se trabalha de uma forma isolada, mas em uma escala macro, portanto toda Região Metropolitana da Baixada Santista é contemplada. Um exemplo disto é a Capacitação de Mudanças Climáticas e Recursos Hídricos que a Cetesb, por meio da Agência Metropolitana da Baixada Santista (Agem), vem desenvolvendo com nosso apoio”.

Além de Santos, Boston (EUA) também foi convidada para apresentar seus projetos. No encontro, que terá tradução simultânea, serão apresentadas iniciativas conjuntas da Cetesb e EPA para apoiar agentes públicos e comunidades a se adaptarem às mudanças climáticas. As agências atuam há trinta anos, em parceria, em diversas temáticas ambientais como qualidade do ar, dragagem e prevenção e avaliação de índices de poluição.

Além do representante da Prefeitura de Santos, participam do seminário o cônsul dos EUA em São Paulo, Jason Green, que vai intermediar a reunião, o cônsul-geral dos EUA em São Paulo, David Hodge, a assistente da EPA, Vicki Arroyo, a diretora-presidente da Cetesb, Patrícia Iglecias, a gerente da Divisão de Mudanças Climáticas e Acordos Multilaterais da Cetesb, Maria Fernanda Pelizzon Garcia, o conselheiro da EPA, Joel Scheraga, o gerente do Departamento de Desenvolvimento Estratégico e Institucional da Cetesb, Jorge Gouveia e o gerente de programa de resiliência da Climate Ready Boston, Sanjay Seth. Interessados devem preencher uma ficha de inscrição neste link (https://statedept.zoomgov.com/webinar/register/WN_2iHGbny7R7qli_MEJo00-Q ).

AÇÕES EM SANTOS

No encontro serão apresentadas as principais ações que Santos desenvolve. Uma delas é a atualização do Plano Municipal de Mudança do Clima de Santos (PMMCS) e o desenvolvimento do índice de risco climático de vulnerabilidade socioambiental, que tem o objetivo de adotar medidas de engajamento, sensibilização com os diversos setores da sociedade e de adaptação à mudança do clima, “principalmente nas áreas atualmente já vulneráveis e naquelas potencialmente mais sensíveis aos riscos climáticos”, aponta o engenheiro.

Também será apresentado o projeto de Soluções baseadas na Natureza (SbN), com aplicação da metodologia de Adaptação Baseada em Ecossistemas (ABE), que já desenvolve um projeto piloto no Monte Serrat. A finalidade desta ação é aumentar a resiliência e reduzir a vulnerabilidade das pessoas à mudança do clima através do uso sustentável e da conservação dos ecossistemas.

Os objetivos para o projeto-piloto no Monte Serrat são: restabelecer a relação dessa área com o restante da Cidade; integrar a população ali residente aos equipamentos, bem como direcionar as possíveis intervenções para o atendimento das necessidades desses moradores; garantir a representatividade e a igualdade de oportunidade entre gêneros; a recuperação/restauração do ecossistema natural, sendo indicados como objetivos específicos a conservação dos processos ecológicos e da diversidade genética, a melhora da qualidade da paisagem regional e o auxílio na proteção de áreas de encostas; implantar medidas de Adaptação baseada em Ecossistemas (AbE) como forma de enfrentamento à Mudança do Clima.

Um dos exemplos locais da relação entre gênero e mudança no clima é apontada pelo engenheiro. “As mulheres ficam mais tempo em casa, seja cuidando de crianças e idosos, ou fazendo algum trabalho informal como cozinhar para vender, e os homens trabalham fora. Em situações de risco, climático ou não, provavelmente elas estarão em casa, mais vulneráveis”, explica.

Foto: Luigi Bongiovanni