Da Redação
Até o fim do ano, 100 guardas municipais em Santos já estarão formados para portar arma de fogo e, parte deste número, estará nas ruas daqui a, no máximo, três semanas. A afirmação é de Sérgio Del Bel, secretário municipal de segurança, durante audiência pública sobre o assunto, realizada na manhã desta segunda-feira (18), no Auditório Zeny de Sá Goulart, na Câmara de Santos. O convite foi dos vereadores Sérgio Santana (PL), Fábio Duarte (PODE) e Adriano Piemonte (PSL), integrantes da comissão sobre o assunto na Casa. Representantes de várias esferas do setor e da sociedade civil, além de outros vereadores, estiveram presentes.
“Estamos também em processo final de licitação para renovação e ampliação da frota de viaturas, motos e outros equipamentos. Vamos também tentar convênio com a PolÃcia Civil para que possamos receber, a tÃtulo de doação, novos armamentos para a Guarda Municipal” revelou Del Bel, que deixou claro que há necessidade de se aumentar o efetivo da corporação – atualmente com 364 integrantes – e que o prefeito Rogério Santos já sinalizou com essa possibilidade, porém sem prazo definido.
“Em fevereiro do ano passado, foi feito concurso público para 150 guardas municipais. A pandemia impediu que colocássemos todos em sala de aula. Chegamos à conclusão de que por EAD (ensino a distância) não seria ideal. Por isso, estamos formando 75 e, assim que essa turma se formar, começaremos a formação dos outros 75. Mas, claro, sempre vamos precisar de mais efetivo, já que a demanda está sempre aumentando”, detalha o secretário.
Dentro do crescimento das atribuições da Guarda Municipal, em parceria com as PolÃcias Civil e Militar, as novas viaturas da corporação já virão com compartimento para presos e outros acessórios, estes para conforto e segurança dos profissionais de segurança, segundo o secretário de segurança de Santos. “O importante é crescermos (o efetivo) paulatinamente para não perdermos o controle e sob pena de não darmos uma formação adequada”, completou.
A PolÃcia Militar também está nessa busca para aumentar a quantidade de profissionais em Santos. São 600, mas o número é dobrado se forem consideradas a atividade delegada e a Degen, em que o policial trabalha em seu horário de folga e recebe salário, como lembra o tenente-coronel Cesar Terra, comandante do 6º BPMI. Na primeira modalidade, o número chega a 500 vagas e na segunda a 800.
“Mas é importante a complementação do efetivo. É que a PolÃcia é diferente de uma empresa que anuncia 100 vagas e completa rapidamente. Demoramos de um a dois anos para isso”, observa Terra. “Em finais de semana, o nosso administrativo, que é pequeno, vai para o policiamento nas ruas”, emenda. Assim como Del Bel, o tenente coronel reforçou a ideia de que as pessoas devem fazer registro das ocorrências para que o policiamento seja ainda ainda melhor direcionado.
Comércio irregular
José Rodrigues Liberado, membro efetivo do 2º Conseg (Conselho de Segurança) de Santos, lembrou de um problema sério que está nos constantes roubos de portões de alumÃnio e fios de cobre.
“A gente percebe um trabalho incessante da Guarda Municipal e das PolÃcias, mas é enxugar gelo, pois é um crime de menor potencial ofensivo. E os receptadores continuam comprando esses artigos. Se os receptadores não forem punidos, continuará assim”, afirma.
O comandante do 6º BPMI falou sobre o assunto na audiência pública, lembrando que participou de reunião com a empresa de telefonia Vivo e conseguiram coibir a ação de grupos especializados em roubar cabos submersos. Mas o problema não acabou justamente em razão do comércio irregular.
“O principal problema é o comércio irregular que compra esses fios e demais materiais. Na Avenida São Francisco, por exemplo, há um monte deles que compra. Tem que ter ação para fechar esse comércio, que tem de estar muito bem registrado e organizado. A PolÃcia Civil e a Prefeitura têm fiscalizado os ferros-velhos, Há, inclusive, até em cima do morro do VLT. Fizemos várias ações, mas eles continuam abertos. O único objetivo desse comércio é mexer com coisa irregular”, explica Terra.
Vereadores
Todos ligados à segurança em suas profissões, os vereadores que comandam a comissão sobre segurança na Câmara de Santos comentaram a respeito da importância da realização dessa audiência pública, a primeira sobre o tema neste ano em razão da pandemia.
“São várias demandas que chegam aos gabinetes da Câmara. É uma forma de debater e planejar o futuro, já que a temporada de verão e o fim do ano estão chegando. Com ele, vem a necessidade de se reforçar o policiamento”, afirma Sérgio Santana.
“É um dos tripés da gestão pública: segurança saúde e educação. Uma depende da outra”, lembra Fábio Duarte.
“Batem muito nos policiais, mas antes temos que dar suporte a eles, com mais profissionais”, observa Adriano Piemonte, que ainda atua na PolÃcia Civil, enquanto Santana e Duarte são aposentados da Militar.
Fotos: Guilherme Santi/Mais Santos