A manifestação é pacífica e não tem data para acabar. Trabalhadores pedem melhores condições de trabalho.
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Por Vinícius Farias
Os caminhoneiros autônomos que trabalham na área industrial de Santos cruzaram os braços pacificamente nesta quarta-feira (30), por volta de 7h. Segundo o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam), a paralisação não tem data para acabar.
O Sindicam diz que “são vários os motivos que levaram a derradeira decisão, mas em especial pelas problemáticas logísticas advindas nos atrasos de agendamentos dos Terminais, nos quais acarretam o excesso de veículos na” Região Portuária, prejudicando o setor de transportes como um todo, cabendo a Autoridade Portuária o cumprimento da agenda.”
As reinvindicações da categoria são sobre a permanência da BTP, e Ecoporto, com a renovação oficial de sua concessão por parte do Governo Federal e da Autoridade Portuária, a intervenção imediata da Prefeitura de Santos na construção do segundo acesso à Rodovia Anchieta e a regulação do trânsito de graneleiros no bairro Alemoa, além da finalização das obras da Av. Augusto Barata.
O Sindicam também pede a destinação da área denominada STS 10 com abertura de licitação para tal área, com sua destinação para movimentação de contêineres e que a Autoridade Portuária de cumprimento ao agendamento para carga e descarga do transporte de grãos no Porto de Santos
Autoridade Portuária de Santos (APS)
Em nota, a Autoridade Portuária de Santos (APS) informou que o movimento não interdita a via e a maioria das operações de embarque e desembarque de cargas nos navios não foi prejudicada. Apenas serviços de desembarque direto de fertilizantes – que dependem dos autônomos – está paralisado.
“A APS informa que concluiu a primeira fase da obra de reforma da Avenida Augusto Barata, aumentando de quatro para seis as faixas de rolamento no trecho, o que amplia a fluidez do trânsito, além de aumentar a vazão da drenagem do local e outras melhorias de infraestrutura. A liberação total para o tráfego depende do nivelamento no local da transição do asfalto para o calçamento de paralelepípedos (eliminando um “degrau” na pista”). Esta intervenção será feita assim que passar o clima chuvoso, pois a umidade prejudica a estabilidade do solo.”
Prefeitura de Santos
Em nota, a Prefeitura de Santos disse que obras na Rua Augusto Barata não são executadas pela Administração Municipal, tratando-se de área da Autoridade Portuária de Santos (APS).
Eles dizem que os trechos com grande fluxo de veículos na malha urbana da Cidade, no momento, em obras – por exemplo, o elevado Aristides Bastos Machado e vias que recebem a construção da segunda fase do VLT – não recebem trânsito de caminhões que transportam cargas ao Porto. A nota diz ainda que “o acesso dos caminhões rumo ao cais santista se dá pelo viaduto e corredor viário da Alemoa, que é impactado pelo movimento de veículos pesados no Sistema Anchieta Imigrantes (SAI) e também nos trechos administrados pela APS.”
É importante ressaltar que todo o tráfego rodoviário é feito por rodovias concedidas pelo Governo do Estado de São Paulo – entre elas, o SAI. A partir dessas vias, o trânsito passa a ocorrer pelas avenidas perimetrais e vias internas do Porto Organizado de Santos, área sob jurisdição federal.
A administração municipal ressaltou que vem solicitando junto à Autoridade Portuária e aos governos federal e estadual a construção de uma terceira ligação rodoviária entre o Planalto e a Baixada Santista no SAI (administrado pela Ecovias). “O sistema atual apresenta níveis de serviço críticos, sobretudo em períodos de safra, lembrando que apenas a Via Anchieta (SAI) permite o tráfego de caminhões. No que se refere a um novo acesso ao Porto, essa obra viária está incluída como compromisso de investimento da Ferrovia Interna do Porto de Santos (FIPS).
“Destacamos, ainda, que a Secretaria de Assuntos Portuários e Emprego (Seporte) de Santos mantém contato constante com a APS visando buscar soluções para os impactos do tráfego de caminhões na malha urbana da Cidade e a garantia da eficácia das operações portuárias – atividade de suma importância para o Município.”
Sobre as alterações no trânsito com a paralisação, a prefeitura disse que a CET monitora o trânsito na entrada da Cidade, na Av Martins Fontes e na região do viaduto da Alemoa. Não há interdições nestes trechos.
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