PUBLICIDADE

Santos / Saúde

Medicalização na educação

O governo britânico liberou a verba de mais de R$ 850 mil (£200,000) para o treinamento de professores da rede escolar para que entendam e identifiquem problemas de saúde mental em crianças. O programa prevê ações com todos os professores do ensino médio correspondente. Consideram isso importante porque quanto mais precoce o diagnóstico, mais efetivo será o tratamento. Os professores receberão treinamento para identificar os possíveis transtornos, como: depressão, ansiedade, psicoses, automutilação e suicídio.

Segundo dados britânicos, um em cada dez escolares apresentam algum tipo de transtorno mental ao longo de sua vida, a partir dos 14 anos de idade. No Brasil, os números se equivalem, estima-se que entre 7% e 12% das crianças e adolescentes brasileiros apresentam algum tipo de transtorno, porém o leque de problemas aumenta e inclui autismo, déficit de atenção e hiperatividade, além de consumo abusivo de substâncias psicoativas. Há de se considerar que o conhecimento sobre os transtornos mentais em crianças e adolescentes tem se renovado nas últimas décadas.

A aproximação dos diversos equipamentos públicos para a solução do problema é importante, pois crianças e adolescentes com problemas mentais são atendidos por diferentes sistemas, como o da saúde, da educação, do judiciário e da assistência social. E nem sempre há convergência de ação entre eles. Outro fator a ser considerado como complicador no trato desse problema é aceitação familiar de um ente querido com qualquer tipo de transtorno. Atualmente menos estigmatizado, o portador de transtorno mental é segregado muitas vezes, quer seja na família, na escola, nas empresas e na sociedade.

Uma vida saudável inclui a aceitação e a inclusão das pessoas com transtornos psíquicos. No cérebro, essas doenças estão associadas a excessos ou carências de determinadas substâncias. Os medicamentos suprem o que esteja faltando ou diminuem o que esteja em excesso. Mas é sabido que os medicamentos apenas estabilizam o quadro do distúrbio, o suporte familiar e social é fundamental para um bom controle do quadro.

O SUS mantém um serviço de qualidade, porém insuficiente, os chamados Centro de Atenção Psicossocial, sendo que alguns municípios mantém um especializado em atenção às crianças e adolescentes. A especialização para o atendimento das crianças e adolescentes é fundamental, porque nessa faixa etária o transtorno psíquico se apresenta de forma especial e diferenciada.

Se ainda tiver dúvidas, encaminhe sua dúvida para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da UniSantos. O contato pode ser pelo e-mail cim@unisantos.br ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.