O uso de medicamentos para o controle das doenças é a principal alternativa terapêutica. A despeito de seu efeito farmacológico, os fármacos também são usados em uma perspectiva cultural, no qual as pessoas atribuem uma expectativa quase milagrosa, às vezes. Essa visão faz com que as pessoas não alterem hábitos de vida que possam prejudicá-las, esperando corrigir os agravos usando-se medicamentos.
Os medicamentos, no mundo todo, são classificados em pelo menos duas categorias quanto à exigência da prescrição médica. Os de venda livre, que podem ser comprados pela própria intenção do usuário e aqueles que necessitam de prescrição médica, os quais no Brasil são identificados com uma tarja vermelha ou preta. A despeito dessa limitação, infelizmente, é possÃvel comprar esse tipo de medicamentos sem a devida receita. Algo impensável em paÃses com uma estrutura sanitária mais adequada.
Nesse contexto, os medicamentos são facilmente acessÃveis à s pessoas, sendo esse um dos motivos do porquê as pessoas se utilizam dos medicamentos sem a devida assistência médica. Por outro lado, há de se considerar que o acesso aos serviços médicos também não é facilitado, compondo um ambiente indutor para a automedicação. E um terceiro ingrediente é o aspecto cultural de as pessoas acharem conhecedoras do assunto, ainda mais com tanta informação, nem sempre correta, que o mundo moderno admite.
É possÃvel elencar muitas crÃticas contra a automedicação. A primeira delas refere-se ao diagnóstico. Nem sempre o leigo consegue reconhecer todo o quadro de sinais e sintomas apresentados. Essa função médica demanda conhecimento especÃfico e experiência. Por exemplo, a tosse, algo simples, pode ser causada por problemas respiratórios óbvios, mas também pode ser causada por problemas no ouvido ou mesmo no trato digestório. Além disso, pode ser um simples resfriado ou algo mais grave como câncer.
Um segundo problema da automedicação é reconhecer o real efeito dos medicamentos. Mais uma estória. Imagine uma mulher que procure um médico devido a uma dor de cabeça constante. Após a consulta o médico prescreve um medicamento que resolve o problema. O marido, também com dor de cabeça constante, resolve fazer uso do mesmo medicamento. O problema surge quando se constata que a dor de cabeça da mulher era causada por algum distúrbio hormonal e o medicamento era hormônio feminino.
Para finalizar, a automedicação pode trazer transtornos quanto ao uso de uma dose não adequada do medicamento, a mais ou a menos. Outro problema é que o novo medicamento introduzido pela pessoa pode interagir com outros medicamentos já utilizados, diminuindo ou aumentando o seu efeito. Procure um médico antes de se medicar. Converse com um farmacêutico antes de usar os medicamentos, principalmente os de venda livre.
Se ainda tiver dúvidas, encaminhe-as para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail cim@unisantos.br ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.