Da Revista Mais Santos
Ouvir o som do mar todos os dias. Este é o sonho de quem mora, principalmente, na Capital. Marta Regia Vieira, jornalista e atriz, e Claudio Leandro da Silva, contador, casados há 21 anos, também compartilhavam esse propósito de vida e, literalmente, a ideia de “morar no mar†era a bordo de um veleiro. Logo no inÃcio da pandemia conseguiram vender seus dois apartamentos em São Paulo e o destino não poderia ser outro: a praia. Atualmente, ele segue no trabalho home office e ela optou por se desligar do emprego em um escritório de advocacia.
“Falei para ele: não sei se vou me adaptar a morar assim no mar. Por que não tentamos algo em terra firme em um apartamento? Fomos até São Sebastião e Ilhabela ver um veleiro. Tudo muito caro e soubemos que no Saco da Ribeira, em Ubatuba, tem uma marina pública. Viemos a procura de um veleiro e achamos um apartamentoâ€, conta Marta Regia.
A rotina do casal mudou completamente desde novembro do ano passado. O compromisso diário, atualmente, é ir à praia. O objetivo de ter um veleiro foi substituÃdo por uma lancha, que será utilizada para oferecer passeios aos turistas. “Conseguimos realizar nosso sonho de morar aqui perto da praia. Vamos caminhar todos os dias e tomar banho de mar. Acabamos mudando o rumo da nossa vida com essa questão da pandemia; morar aqui foi o que sempre querÃamosâ€, comemora.
Em famÃlia
Cinthia Corrêa de Lima e Renee Meibach, com a filha Clarisse, de 4 anos, desceram a serra muito bem acompanhados com parte da famÃlia. A iniciativa de mudar para o Litoral empolgou seus familiares que tomaram a mesma decisão. O destino escolhido foi Praia Grande.
A cidade tem um número expressivo de moradores da terceira idade. De acordo com o IBGE, em 2000 Praia Grande tinha pouco mais de 18 mil idosos; dez anos depois, o número subiu para 32.573 idosos. Atualmente, na Região Metropolitana da Baixada Santista o número de idosos está calculado em cerca de 197 mil, o que representa quase 12% dessa população. Diante desse cenário o casal decidiu não esperar atingir a terceira idade para procurar a região, em busca de qualidade de vida. Com 38 e 39 anos, respectivamente, eles quiseram arriscar.
“Começamos a olhar e ver que o idoso é uma pessoa que trabalhou a vida toda e quando se aposenta vai para a praia. Quando a pessoa vem para cá ela já não pode mais andar de bicicleta, não aguenta caminhar muito, porque está com a mobilidade reduzida. Então pensamos: vamos esperar ficar velhos para ter coragem de ir para a praia e curtir a natureza? Nossa vida será trabalho até quando? Foi isso que fez a gente repensarâ€, garantem.
Adaptação
Segundo Cinthia seu esposo, que é jornalista, decidiu investir em outra habilidade profissional: corretor de imóveis. Desde que mudaram para o Litoral se dedicou mais a essa atividade e conquistou uma carteira expressiva de clientes. “Com a pandemia as pessoas perceberam que é possÃvel morar aqui, trabalhando de casa. Ele tem atendido muitas pessoas do Interior do Estado, que estão vindo em definitivo para cáâ€, relata, acrescentando que o valor de um imóvel com dois dormitórios em São Paulo, equivale a um apartamento com três dormitórios de frente para a praia.
“É qualidade de vida. Vou à praia de manhã e volto a tempo de fazer o almoço e entrar no meu serviço e, se quiser, à noite vou dar uma caminhada. Aqui é bem mais tranquilo. Não tem o trânsito de São Paulo, o estresse e a violência. Temos que arriscar e não ficar com medo de fazer as coisas diferentesâ€, finaliza.
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Fotos: Acervo pessoal