Por Anderson Firmino

O governador de São Paulo, João Doria, anunciou medidas de apoio às vítimas das chuvas na Baixada Santista – o último boletim da Defesa Civil apontava 28 mortos e 42 pessoas desparecidas. Além disso, admitiu a possibilidade da presença do Exército no trabalho de buscas das vítimas.

As declarações aconteceram durante coletiva em Guarujá, ao lado dos prefeitos da Região. Ele anunciou ainda a verba de R$ 50 milhões garantidas pelo estado, a serem usados para custeio dos alugueis sociais às vítimas das intempéries.

De acordo com o chefe do Executivo paulista, as famílias desabrigadas receberão aporte financeiro com R$ 1 mil para, além de R$ 500/mês para gastos de aluguel até uma solução definitiva. O encaminhamento será feito pela Defesa Civil, mediante cadastramento prévio. Doria, porém, ressalta a necessidade de cuidado na cessão do benefício. “Há que se ter cuidado porque há os que não são vítimas e se candidatam a ter algum tipo de apoio ou assistência, porque não é prioridade. A Defesa Civil de cada cidade saberá como fazer essa triagem”.

“Este dinheiro será destinado aos municípios e será administrado pelas próprias prefeituras durante as próximas semanas. A cifra será distribuída de maneira proporcional aos estragos e prejuízos pelos quais cada uma das cidades passou”, acrescentou Doria.

Exército

Os apelos pela entrada das Forças Armadas nas operações têm sido feito pelas redes sociais. Doria diz que, até o momento, ela não é necessária, mas não se esquivou de solicitá-la. “É possível, mas até o momento, os Bombeiros não fizeram essa solicitação. Todo apoio será bem -vindo. Havendo necessidade, eles serão mobilizados. Não há dificuldade de solicitar esse apoio e, quando e se ocorrer, o Exército deverá atender”.

O governador reforça que, a partir de agora, começa a utilização ode equipamentos nos trabalhosa de busca pelas vítimas, que antes era feito manualmente. “Quero lembrar que, até ontem, todo o serviço era manual, mas não por falta de equipamentos. Nessa etapa, o uso de máquinas não era recomendável. Silêncio e uso manual é protocolo internacional. A partir de hoje, máquinas podem ser utilizadas. E dificilmente os desaparecidos, de acordo com as circunstâncias, serão encontrados com vida. É triste, mas essa é a realidade”, pondera.

Presidente

Sobre Bolsonaro, João Doria lamentou o que ele julgou como “falta de manifestação” pessoal do presidente. “Não houve contato do presidente. Não me telefonou, não mandou Whatsaap, o que seria uma situação normal. Liguei para o ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Social), e tomei a iniciativa. Eu que liguei, para que pudesse, além dos R$ 50 milhões do governo do Estados, o Governo Federal pudesse contribuir com valores para obras”.

Nesta quinta-feira, o Governo Federal reconheceu, de forma sumária, quando o desastre é público e notório e não há necessidade de pedido dos municípios, o estado de calamidade pública no Guarujá e a situação de emergência em Santos e São Vicente por conta das fortes chuvas que atingiram o estado de São Paulo nesta semana. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União de hoje (5).

Foto: Ronaldo Barreto