Pelo menos sete pessoas se feriram e precisaram receber atendimento médico em Santos, no litoral de São Paulo, por conta de acidentes envolvendo peixes da espécie bagre. Todos os acidentes aconteceram entre 7h e 19h de quinta-feira (11), e as vÃtimas precisaram ser encaminhadas para o hospital, onde passaram por cirurgias para remover os animais que ficaram grudados no corpo.
De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, as ocorrências foram registradas na faixa de areia entre os postos 1 (em frente à ilha de Urubuqueçaba) e 5 (em frente à Avenida Conselheiro Nébias). Os feridos foram socorridos por homens do Grupamento de Bombeiros MarÃtimo (GBMar) e foram encaminhadas à UPA de Santos.
A moradora Maria de Lurdes dos Santos Azevedo conta que estava caminhando na areia da praia, por volta das 11h, quando viu uma jovem deitada na beira do mar após pisar no peixe. “Tinha muito peixe morto. Eu acabei caminhando na areia, fora da água porque fiquei com medo de pisar no peixe. Senti muita pena da moça, que gritava de dor. Tirei a foto na intenção de alertar”, disse.
Em nota, a Fundação do ABC, responsável pela UPA, informou que recebeu os pacientes com queixas de terem pisado em bagre. Dois possuÃam convênio médico e preferiram se deslocar para hospitais particulares. Os outros cinco pacientes receberam atendimento na UPA e já tiveram alta. Nenhum caso foi qualificado como grave no sistema de classificação de risco.
Outros casos
Esses não são os primeiros casos registrados na Baixada Santista. Incidentes envolvendo peixes começaram a se tornar mais comuns a partir de 2016, especialmente, por causa de pescadores que descartam algumas espécies na beira d’água. Apenas em 2016, pelo menos outros 11 casos foram registrados na Baixada Santista. Em um dos casos, um homem precisou passar por cirurgia.
De acordo com especialistas ouvidos pelo G1, caso uma pessoa sem experiência tente remover o bagre, os espinhos podem ficar dentro do corpo da vÃtima e uma cirurgia de emergência precisa ser feita. A recomendação é sempre manter a calma e esperar o resgate e um atendimento médico.
Segundo o biólogo Alexandre Marceniuk, especialista em peixes marinhos-estuarinos, não há motivos para pânico. De acordo com ele, a espécie não ataca humanos e, geralmente, os acidentes acontecem com animais mortos.
O biólogo aconselha os banhistas que frequentam as praias a ficarem atentos, já que os espinhos podem causar graves ferimentos. “É como se fosse um anzol. Ele entra fácil e é muito difÃcil de sair. Os ferrões causam uma infecção. Se alguém puxar o espinho vai ser pior ainda, porque pode causar uma dilaceração. Tem que ir ao médico de qualquer jeito”, afirmou.
Fonte: G1