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Santos / Eleições

Experiência e ansiedade se completam na hora de escolher os candidatos

Por Silvia Barreto

 - REVISTA MAIS SANTOS

Alzira: preocupação com os ausentes, além dos votos nulos e brancos

Logo no primeiro contato é visível a alegria e o orgulho da professora aposentada Alzira Mattos, de 82 anos e 7 meses – como ela mesma enfatiza – em exercer sua cidadania no próximo dia 15, quando votar nas eleições municipais. O ato de votar sempre foi tão importante em sua vida que ela sequer mudou seu colégio eleitoral. Desde solteira, seu destino no dia da eleição é ir ao Colégio Stella Maris, no Boqueirão. “Hoje sou viúva, moro na Ponta da Praia, mas gosto de encontrar amigos e antigos vizinhos”, conta.

De acordo com as projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o Brasil terá 19 milhões de idosos em 2020; em Santos, 22,26% da sua população está acima de 60 anos, segundo a Fundação Seade.

Conforme prevê a Constituição Federal (artigo 14, parágrafo 1º), o voto é obrigatório para os cidadãos alfabetizados maiores de 18 e com menos de 70 anos. No entanto, é facultativo para os jovens a partir de 16 anos e para os acima de 70 anos. Apesar disso, os eleitores – acima de 70 anos – são obrigados a comparecer a uma convocação de revisão do eleitorado, sob pena de cancelamento da inscrição, caso desejem manter a tradição de votar.

Escolha
Mesmo sem essa obrigatoriedade, Alzira já definiu seu voto com base na leitura das propostas apresentadas pelos candidatos e, também, o currículo de cada pleiteante ao cargo, tanto majoritário (prefeito) como proporcional (vereador). “Embora possa mudar, já fiz minha escolha após selecionar currículos e/ou trabalhos de três candidatos a prefeito e cinco à vereança”, esclarece.

Ela é contra o número expressivo de votos brancos, nulos e os ausentes, registrados em todas as eleições. Em 2016, Santos contava com 338.472 eleitores aptos a votar; 23,66% não votaram. “Em primeiro lugar, acho que essa recusa inadequada deve-se à falta de conhecimento mesmo. Alegar desilusões para mim são justificativas para encobrir preguiça de pesquisar, indagar e assumir sua escolha pessoal. Há muitos políticos capazes, que arregaçam as mangas e trabalham. Somos nós, eleitores, responsáveis por não votar com isenção, escolhendo o melhor, pesquisando. Ainda assim muitas vezes nos arrependemos. O que me ocorreu com um dos votos que dei”, relata a aposentada.

Com tanta experiência – de vida, principalmente – Alzira deixa uma mensagem para os eleitores em geral. “Usem os meios de conhecimento que souberem e puderem. Aos mais jovens, peço que perguntem ou troquem opiniões com pessoas de mais experiência, conhecimento e cultura geral; esqueçam os fanáticos de qualquer posição política. Quem sabe, um parente mais velho ou aquele ‘velho’ professor e que sempre achou sensato… Vale a pena ouvir opinião dos mais velhos”, garante.

 - REVISTA MAIS SANTOS

Bianca: voto consciente com pesquisa do perfil dos candidatos

Ansiedade
A estudante Bianca Gutz, 18 anos, irá votar pela primeira vez este ano. Está bastante ansiosa, mas vem se preparando para esse momento. Ela já escolheu seus candidatos e conta que selecionou os nomes de acordo com a pesquisa realizada individualmente.

“Avaliei todos os candidatos e suas promessas de campanha e escolhi o que eu achei que seria melhor para minha Cidade”, declara, apostando na boa conduta e atuação dos escolhidos. “São poucos, mas acredito que ainda tenha pessoas boas que querem ajudar. Só temos que tentar escolher a pessoa certa para nos representar e fazer as coisas para o povo; temos que dar o voto da confiança”.

Sobre a quantidade expressiva de votos brancos e nulos, Bianca é cautelosa. “É o direito do eleitor de votar nulo ou branco, talvez pelo eleitor não saber em quem votar ou não querer votar em alguém; é um direito dele de escolher. É o direito do eleitor em escolher a pessoa que ele acha melhor para o cargo eleitoral”.

Ausência
Pela lei vigente, o eleitor que não votar e não justificar a ausência, em até 30 dias após o pleito, deverá pagar multa, não poderá participar de concurso público nem receber salário de emprego público, ou obter passaporte ou carteira de identidade, entre outras sanções.

A jovem também deixa uma mensagem aos eleitores, que irão às urnas pela primeira vez: “Veja as propostas dos candidatos antes, leia bem e avalie quem você acha que seria melhor para a Cidade. O seu voto faz a diferença, então pense bem e vote consciente, vote naquele que você realmente acredita”, finaliza.

Fotos: OAB-PA/Arquivo pessoal