PUBLICIDADE

Santos / Saúde

Vacinação contra a febre amarela

O sistema imunológico é um mecanismo bastante complexo. Envolve múltiplos tipos de células e mecanismos. Dizer que um organismo está imune a um microrganismo significa dizer que ele o reconhece como um agente agressor e, portanto, já tem pronto, de maneira prévia, toda a defesa. Para isso, é necessário um contato prévio que pode ser pela doença ou, de forma preventiva, pela vacinação. Estar imune a uma doença pode ser de forma permanente ou de forma provisória, por tempos pré-definidos.

Vários fatores interferem no tempo da imunidade. Por exemplo, o uso de adjuvantes na vacina pode aumentar a capacidade de imunização. A via de administração é outro fator de interferência. As vias mais usadas são a subcutânea, intramuscular ou via oral (contra a poliomielite, por exemplo). As vacinas preparadas com o microrganismo atenuado (vivo, porém incapaz de produzir a doença) também induzem imunidade por maior tempo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) é uma entidade supranacional, responsável por ditar as diretrizes mundiais sobre as melhores estratégias para a manutenção da saúde. A OMS mantém um grupo específico estudando e apresentando recomendações sobre o calendário vacinal para crianças, idosos, mulheres e viajantes. Nessa última categoria entra a vacina contra febre amarela. A OMS, em maio de 2014, frente as modificações técnicas inseridas nas vacinas, modificou a recomendação para a vacinação contra febre amarela, passando a indicação para imunidade permanente, em vez de 10 anos.

A OMS, a partir de 11 de julho de 2016, pede a seus países membros, Brasil inclusive, que passe a emitir o Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia afirmando que a vacina tem validade perene. Solicita, ainda, que a informação seja escrita em inglês (“life of person vaccinatedâ€) ou francês (“vie entière du sujet vaccinéâ€).

A febre amarela é uma doença viral transmitida pela picada de mosquitos. Ela pode circular apenas entre animais em área silvestre, sendo transmitida por mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes. Quando um ser humano se aproxima dessa área e é picado, pode desenvolver a febre amarela silvestre. Se um indivíduo infectado, vive na área urbana e é picado pelo mosquito Aedes aegypti, esse vetor pode transmitir o vírus para outros seres humanos, passando a ser designada como febre amarela urbana. O quadro e a gravidade são as mesmas, pois apenas o vetor é diferente. Até o momento, o Brasil sofre da febre amarela silvestre, com aumento dos números em humanos, em parte explicada pela devastação das matas e maior proximidade dos animais com os centros urbanos.

A cada caso novo de febre amarela, o Ministério da Saúde contém a disseminação da doença de forma regional, para evitar que a doença se alastre e assuma o caráter urbano. O Aedes aegypti está presente em todo Brasil, de forma endêmica. Qualquer descuido, além da dengue, zika e Chikungunya, esse mosquito será responsável também por um quadro perigoso de febre amarela. Até esse momento, a febre amarela está contida e não necessita de vacinação generalizada. A OMS alerta para as regiões brasileiras que necessitam de atenção e, em São Paulo, apenas a região da grande Campinas está em situação de alerta.

Se ainda tiver dúvidas, encaminhe-as para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da UniSantos. O contato pode ser pelo e-mail cim@unisantos.br ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.