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Santos / Esporte

Nike e Neymar romperam por falta de colaboração do atacante em investigação de assédio sexual, diz empresa

Da Redação

Atualizado às 13h10

Hilary Krane, conselheira geral da Nike, revelou ao Wall Street Journal que a empresa de materiais esportivos rompeu com o atacante do Paris Saint-Germain em setembro do ano passado porque ele não colaborou com investigações de denúncia, feita em 2018, de um caso de assédio sexual, que teria ocorrido em 2016. Representantes do atleta chegaram a ser ouvidos no processo interno, de acordo com o periódico, mas ele se recusou.

Na ocasião, Neymar fez uma campanha publicitária no Citi Field, estádio de beisebol de Nova Iorque. O atacante se encontrou com Michael Jordan, ídolo do basquete. A autora da denúncia é funcionária da empresa há muito tempo e era responsável por coordenar a logística do evento.

Na mesma noite, o grupo foi uma boate para festejar e, de acordo com a publicação, funcionários do hotel onde o jogador estava hospedado pediram ajuda à mulher e outro representante da Nike. Neymar estaria muito embriagado e precisava de ajuda para voltar ao quarto. Ainda segundo o jornal, a vítima afirma ter tido breve momento com o atacante no dormitório, que a impediu de sair do local. Neymar, então, teria tirado a cueca e a forçado a fazer sexo oral.

“A investigação foi inconclusiva. Não emergiram fatos suficientes que nos permitam falar substancialmente sobre o assunto. Seria inapropriado para a Nike fazer uma declaração acusatória sem poder oferecer fatos que a suportem. A Nike encerrou sua relação com o atleta porque ele se recusou a cooperar em uma investigação de boa-fé de alegações críveis de uma funcionária. Continuamos respeitando a confidencialidade da funcionária e reconhecemos que essa tem sido uma longa e difícil experiência para ela”. afirmou a empresa, por meio de nota divulgada à imprensa.

Também ao Wall Street Journal, uma porta-voz de Neymar negou as acusações, alegando que o acordo foi rompido por razões comerciais. “Neymar Jr. se defenderá vigorosamente contra esses ataques infundados caso alguma reclamação seja apresentada, o que não aconteceu até agora”, disse o texto, que comparou também a outro caso semelhante no qual o nome do jogador esteve envolvido. “Semelhante às alegações de agressão sexual feitas contra ele em 2019 – alegações de que as autoridades brasileiras consideraram Neymar Jr. inocente – essas alegações são falsas”.

O pai de Neymar também negou que o motivo tenha sido esse. “Claro que não, claro que não, ela queria fazer uma investigação que a gente não sabia (da alegação de assédio sexual)… O contrato da Nike foi rompido unilateralmente por falta de pagamento. Não tem nada a ver com isso (assédio)”, disse, em entrevista à Globonews. “Nós estamos surpresos, a gente não sabe o que está acontecendo, só soa estanho para a gente. Por que a Nike solta essas coisas agora?”, emendou.

Neymar, que tem contrato com a empresa de materiais esportivos Puma, está com a Seleção Brasileira na Granja Comary, em Teresópolis, no Rio de Janeiro, para se preparar para os duelos contra Equador e Paraguai, pelas Eliminatórias da Copa de 2002.

Por sinal, Neymar também se pronunciou por intermédio de suas redes sociais. Eis a íntegra:

“Os fatos podem ser distorcidos porque as pessoas os enxergam de ângulos diferentes. Não temos como negar que a vida é assim. Faz parte!

Até entendo quando alguém faz uma crítica sobre minhas condutas, minha forma de jogar e de viver a vida.
Somos diferentes!

Eu realmente não entendo como uma empresa séria pode distorcer uma relação comercial que está apoiada em documentos. As palavras escritas não podem ser modificadas. Elas sim são muito claras. Não deixam dúvidas!

Desde os meus 13 anos, quando assinei meu primeiro contrato, sempre fui alertado: não fale sobre os seus contratos! Contratos são sigilosos!

Contrariar essa regra e afirmar que o meu contrato foi encerrado porque não contribuí de boa-fé com uma investigação isso é absurdo, mentiroso. Mais uma vez sou advertido que não posso comentar em público.
Indignado vou obedecer!

Mas a matéria do WSL é muito clara. Em 2016 parece que já sabiam desse acontecimento. Eu não sabia!

Em 2017 viajei novamente para os EUA para campanha publicitária, com as mesmas pessoas, nada me contaram, nada mudou!

Em 2017, 2018, 2019 fizemos viagens, campanhas, inúmeras sessões de gravação. E nada me contaram.

Um assunto com tamanha gravidade e nada fizeram. Quem são os verdadeiros responsáveis?

Não me deram a oportunidade de me defender. Não me deram a oportunidade de saber quem é essa pessoa que se sentiu ofendida. Eu nem a conheço. Nunca tive nenhum relacionamento. Não tive sequer oportunidade de conversar, saber os reais motivos da sua dor. Essa pessoa, uma funcionária, não foi protegida. Eu, um atleta patrocinado, não fui protegido. Até quando?

Ironia do destino continuarei a estampar no meu peito uma marca que me traiu. Essa é a vida!

Sigo firme e forte acreditando que o tempo, sempre esse cruel tempo, trará as verdadeiras respostas. Fé em Deus!”

Crédito da foto: Divulgação PSG