Por Silvia Barreto
Da Revista Mais Santos
Uma em cada três pessoas não usa a máscara de proteção facial em nenhum local no Brasil, mas a obrigatoriedade ainda é válida no transporte público e em unidades de saúde. Pelo menos é o que as prefeituras na Baixada Santista determinaram à população.
Pesquisa de abril a julho deste ano, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e realizada pelo Instituto FSB, aponta que o Ãndice dos que deixaram de usar a proteção quase dobrou, saindo de 17% para 32%.
Entre os que continuam com o hábito, adquirido depois do surgimento da pandemia da Covid-19, a adesão às máscaras continua, principalmente em locais fechados. De abril a julho deste ano, o percentual de brasileiros que disseram usar máscaras apenas em locais fechados manteve-se estável (de 53% para 52%) e o dos que utilizam a proteção tanto em locais fechados quanto abertos caiu de 29% para 16%.
A tendência de deixar de usar a proteção facial acompanha a percepção da população sobre a obrigatoriedade: do total de entrevistados, apenas 6% disseram que, em sua cidade, o uso de máscaras continua obrigatório em lugares fechados e abertos contra 37% que falaram que o uso é obrigatório.
“Diante de um cenário de menor gravidade da pandemia, com alta cobertura vacinal da nossa população e redução dos casos, as atividades econômicas estão retornando ao ritmo normal e o mercado de trabalho começa a se recuperar. Mas é importante que a população continue atenta aos Ãndices de covid-19 e, sempre que preciso, mantenha os cuidados necessários para evitar uma nova onda, por todos os seus impactos na sociedadeâ€, destaca o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
Em março deste ano, a infectologista Elisabeth Dotti Consolo já alertava para a necessidade de se manter o uso da máscara. Sua fala está registrada em seu canal do YouTube – Dra. Beth – Respondendo na lata! –, onde reforça o fato de que precisa acompanhar o avanço da Covid-19 na Europa e Ãsia.
“A OMS – Organização Mundial da Saúde – recomenda o uso da máscara ainda mais agora com a variante que é uma multiplicação, divisão das outras duas. Acho muito desanimador tudo isso. Mantenha sua máscara, tome a vacina”, apela a especialista.
Ainda sobre a Omicron, a médica cita o fato de que por ter muitas pessoas vacinadas ela não se enraizou com mais força. “Ela não é leve coisa nenhuma. Todos os dias temos 400 mortos. São dois aviões lotados todos os dias. A saúde é o nosso bem mais precioso. Vamos continuar a guerra, continuar a luta”, ressalta.
O diretor técnico da Santa Casa de Santos, Dr. Alex Macedo, informa que o hospital mantém a obrigatoriedade do uso de máscaras, seguindo as orientações do governo do Estado de São Paulo vigentes. A instituição possui cartazes de alerta sobre o uso de máscaras em todas as portas de acesso e setores.
Adesão voluntária
Uma boa adesão também foi registrada em supermercados, ambiente em que 49% dos entrevistados disseram usar o acessório.
Quando o foco é onde as pessoas menos usam máscaras, 75% dos entrevistados disseram que dispensam a proteção em encontros com amigos e parentes. O uso também é dispensado em espaços de compras, como comércio de rua (34%) e shopping centers (33%). Já no ambiente de trabalho, 31% continuam a usá-las.
A CNI realiza pesquisa sobre a situação da pandemia de covid-19 no Brasil e o comportamento da população desde o inÃcio de 2020. Para a pesquisa divulgada hoje, as entrevistas foram realizadas de 23 a 26 de julho. O Instituto FSB ouviu presencialmente 2.008 cidadãos, nas 27 unidades da federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou menos.
Outros segmentos
De acordo com Heitor Gonzalez, presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares da Baixada Santista e Vale do Ribeira – SINHORES -, não há nenhuma determinação oficial do Governo do Estado de São Paulo obrigando o uso de máscaras em bares, hotéis e restaurantes, mas o Sindicato orienta os estabelecimentos a seguirem todos os protocolos de saúde. Ele destaca que existem alguns restaurantes em que os funcionários ainda utilizam máscaras.
“Não existe nenhuma determinação oficial do Estado de São Paulo com regras sobre o distanciamento entre as mesas, mas o Sindicato segue orientando o distanciamento de 1 metro entre as mesas nos bares, hotéis e restaurantes. A orientação contÃnua dos SINHORES é para que todos os estabelecimentos continuem com as regras de higienizações estabelecidas anteriormente, sempre oferecendo álcool em gel, por exemplo”, ressalta.
Na avaliação de Marcus Vinicius Rosa, presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Santos – CDL -, o comércio segue as determinações do Estado de São Paulo, onde não é mais obrigatório o uso de máscaras nesse setor.
“As grandes redes de supermercados continuam usando barreiras (painéis de acrÃlico) nos caixas e o distanciamento nas filas. Não temos campanha para o uso de máscaras junto aos consumidores, pois não é mais obrigatório nos estabelecimentos comerciais. Devido à vacinação, o número de casos está controlado. Porém, todos os estabelecimentos comerciais continuam com a higienização dos locais e a disponibilidade de álcool em gel para todos”, reforça.
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