Situação complicada para quem precisa retirar mercadorias nas agências dos Correios. No bairro Parque São Vicente, em São Vicente, a população fica na calçada a espera do atendimento. São filas enormes, com as pessoas expostas ao céu aberto.
Os Correios alegam que a ausência de entrega domiciliar de correspondências e encomendas em diversos bairros, acontece porque que essas áreas são consideradas “zonas de risco”.
“É uma afronta. Somos tratados como cidadãos de segunda classe. Eu prefiro usar o endereço de um amigo em Praia Grande a passar por essa humilhação”, relata LÃvia Silva, moradora do bairro Parque São Vicente, um dos locais excluÃdos do serviço de entrega domiciliar.
Cobrança abusiva
Outro ponto que revolta os moradores é a cobrança integral do valor do frete pelas encomendas, mesmo quando os Correios não realizam a entrega domiciliar. “Pagamos pelo serviço completo, mas recebemos apenas uma parte. Isso não é só um desrespeito ao consumidor, mas também uma violação ao Código de Defesa do Consumidor”, afirma José Almeida, advogado especialista em direitos do consumidor.
A prática de cobrar por um serviço que não é efetivamente prestado pode ser configurada como enriquecimento ilÃcito e descumprimento da função social da autarquia pública.
Contraditório
O argumento de que as áreas são perigosas perde força quando se observa que empresas privadas de logÃstica, como transportadoras e aplicativos de entrega, operam normalmente nesses bairros. Se a iniciativa privada consegue cumprir com suas entregas, por que os Correios, que contam com infraestrutura nacional e financiamento público, não conseguem?
“É inadmissÃvel que uma empresa pública, com toda sua estrutura, use a insegurança como desculpa enquanto empresas privadas estão lá, entregando sem problemas”, destaca um lÃder comunitário.
*Colaboração: @direitinho_aniz