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Região / Educação

Dirigentes da Apeoesp protestam contra adoção do modelo de ensino cívico-militar em Itanhaém

Dirigentes da Apeoesp, entidade que representa os professores do Estado de São Paulo, participaram de um protesto realizado na manhã desta quarta-feira (31), em frente a E. E. Dagoberto Nogueira da Fonseca, em Itanhaém, contra a adoção do modelo de ensino cívico-militar nesta unidade de ensino.

Com faixas, os dirigentes questionaram o uso do dinheiro público neste projeto. “Se fosse investir este dinheiro na educação pública do Estado de São Paulo não precisaríamos este tipo de projeto que vai pegar todo o dinheiro da educação, uma boa parcela, e dar literalmente para a Polícia Militar”, afirmaram.

De acordo com os representantes da Associação eles não são contra a Polícia Militar. “Não precisa de polícia para estar dentro das salas de aula, porque os alunos não são bandidos”, reforçaram.

A reportagem do portal Mais Santos procurou a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.

Segue o posicionamento da Seduc-SP:

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo está aberta ao diálogo e apoia a livre manifestação em âmbito democrático. As unidades que demonstraram interesse no Programa Cívico-Militar, agora, discutem a implementação com as suas comunidades escolares. O parecer, negativo ou positivo, deve ser registrado entre os dias 1º e 15 de agosto, por meio da Secretaria Escolar Digital (SED). Outras duas rodadas de consulta estão previstas para unidades que não atingirem a quantidade de votos válidos.  Se necessárias, a segunda consulta acontece entre de 20 a 22 de agosto e, a terceira rodada em 27 e 29 de agosto, também pela SED. Podem participar da consulta pública:
*Mãe, pai ou responsável pelos alunos menores de 16 anos de idade;
*Estudantes a partir de 16 anos de idade, ou seus familiares, em caso de abstenção de alunos dessa faixa etária;
*Professores e outros profissionais da equipe escolar.

GOVERNO DO ESTADO

Doze dos 302 diretores que manifestaram intenção de adotar o modelo de ensino cívico-militar estão distribuídos em escolas de seis cidades da Baixada Santista.

Os representantes participaram da primeira etapa, válida entre os dias 21 e 28 de junho, do processo de escuta. Agora, as escolas catalogadas entram na segunda fase, na qual as comunidades escolares são convocadas para opinar sobre a implantação do modelo. De acordo com a pasta, as unidades de ensino devem organizar reuniões com pais ou responsáveis até o dia 31 de julho para discutir o novo modelo.

Após diversas uma ampla filtragem, a expectativa da administração estadual é iniciar o projeto em 2025 com 45 unidades, permitindo um acompanhamento da implantação do modelo e a avaliação da possibilidade de ampliação nos próximos anos.

O que é o Programa Escola Cívico-Militar?

A Lei Estadual Complementar 1.278/2024, que cria o Programa Escola Cívico-Militar proposto pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e sancionada por ele em maio, tem como objetivos a melhoria da qualidade do ensino, aferida pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o enfrentamento à violência e a promoção da cultura de paz no ambiente escolar. O programa está sendo desenvolvido sob a responsabilidade das secretarias estaduais da Educação e da Segurança Pública.

A Educação de SP será responsável pelo currículo das unidades cívico-militares e pela formação de professores. Caberá à Secretaria da Segurança Pública indicar os policiais militares da reserva que atuarão como monitores nessas unidades de ensino, para o desenvolvimento de atividades extracurriculares na modalidade cívico-militar, organização e segurança escolar.

A legislação prevê um processo seletivo dos policiais da reserva que atuarão no programa e o pagamento de seus salários pela Educação. Será ao menos um PM por escola. No caso das escolas municipais, a Segurança Pública colabora com as prefeituras, sendo a seleção realizada pelas secretarias municipais.

O investimento nas escolas cívico-militares será o mesmo previsto para as unidades regulares. O impacto orçamentário já está incluído no custo de pessoal da pasta, cujo valor de R$ 7,2 milhões será destinado anualmente para o pagamento dos militares.

Escolas da Baixada Santista aptas para a consulta pública

Bertioga

  1. E. Professor Archimedes Bava
    E. E. Professora Maria Aparecida Pinto de Abreu Magno

Cubatão

  1. E. Afonso Schimidt
    E. E. Lincoln Feliciano

Guarujá

  1. E. Paulo Clemente Santini
    E. E. Professor Galdino Moreira
    E. E. Prainha Branca

Itanhaém

  1. E. Dagoberto Nogueira da Fonseca

Praia Grande

  1. E. Augusto Paes D’Ávila Reverendo
    E. E. Adelaide Patrocínio dos Santos
    E. E. Professora Marlene Leite da Silva

Santos

  1. E. Professora Zulmira Campos

Fonte: Diário Oficial do Estado, edição de 18 de julho

Foto: Apeoesp Cotia

Imagens: @marcelorickyoficial