A prisão ocorreu na noite desta quinta-feira (18), por volta de 22h no “Beco do Pio”, que fica em uma das travessias da Avenida das Acácias, no bairro Santo Antônio. Luca Romano Angerami, de 21 anos, desapareceu na madrugada de domingo (14), quando estava em uma adega no bairro Santo Antônio.
Vídeo: Guarujá Mil Grau
Da redação
Um homem, de 26 anos, foi preso em flagrante por ser suspeito de participar do sequestro do soldado da Polícia Militar (PM), Luca Romano Angerami, de 21, que está sumido desde domingo (14). A prisão ocorreu na noite desta quinta-feira (18), por volta de 22h no “Beco do Pio”, que fica em uma das travessias da Avenida das Acácias, no bairro Santo Antônio, em Guarujá. O homem foi identificado como Carlos Vinícius Santos da Silva, conhecido como “Malvadão”.
De acordo com o Boletim de Ocorrência (BO), os agentes da Força Tática do 21º Batalhão de Polícia Militar (BPM/I) receberam uma denúncia sobre a localização de um dos envolvidos no desaparecimento do policial. O denunciante ainda apontou fotos das redes sociais do indivíduo. Com isso, durante diligências, eles localizaram o indiciado em casa.
De início, Carlos negou a participação no desaparecimento, informando que no dia do ocorrido ele estava em casa. No entanto, após os policiais mostrarem um vídeo onde “Malvadão” aparece, ele confessou que estava no ponto de venda de drogas, na Rua das Magnólias, no “Beco do Ricky” e que Luca Romano foi ao local comprar drogas e, na sequência, foi embora.
Conforme o BO, o PM teria retornado ao local, acompanhado de um homem, que disse aos traficantes que Luca era policial militar. Na sequência, os criminosos ligaram para os superiores da associação criminosa, Primeiro Comando da Capital (PCC), para que os mesmos fossem ao local.
Ao chegarem na biqueira, os marginais do PCC teriam mandado um homem pegar a arma do PM. No entanto, segundo a versão de “Malvadão”, os traficantes mandaram apenas retirar as munições da pistola e a devolveram, mandando Luca ir embora. Porém, o jovem teria permanecido, porque pedia a devolução dos cartuchos, sendo “guindado e arrastado” para um beco.
Segundo o BO, após um debate entre os criminosos, eles colocaram Luca dentro de um carro preto e o levaram ao Morro da Vila Baiana e mandaram outros integrantes da facção sumirem com o carro do PM.
“Malvadão” revelou nomes e apelidos de alguns dos bandidos envolvidos na ação criminosa. No entanto, ele não passou mais informações a partir daí.
Ele e o padrasto autorizaram que os agentes revistassem a casa deles. Debaixo de uma cama foi encontrado um celular e uma munição de calibre .357 intacta. Além do aparelho e da munição, foram apreendidas as roupas usadas pelo suspeito no dia do desaparecimento do policial e outro aparelho celular, que estava na sala.
Questionado sobre o cartucho, Carlos afirmou que o encontrou na rua. Segundo os policiais, o aparelho da sala foi desbloqueado espontaneamente por “Malvadão”. Foram encontradas mensagens que comprovavam a participação do indivíduo no sequestro do policial.
Diante disso, ele foi preso em flagrante. Por cautela, o homem foi conduzido à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Rodoviária, onde nenhuma lesão foi constatada. Em um vídeo obtido pela reportagem é possível ver o momento que Carlos entra na viatura. (veja o vídeo acima)
O caso foi registrado como sequestro e cárcere privado e posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito na Delegacia do Guarujá.
PM desaparecido
Vídeo: Reprodução
Luca Romano Angerami, de 21 anos, desapareceu na madrugada de domingo (14), quando estava em uma adega no bairro Santo Antônio. Em um vídeo obtido pela reportagem é possível ver Luca no caixa do estabelecimento, conversando com um homem. (veja o vídeo acima)
Vídeo: Reprodução
Em imagens de câmeras de monitoramento é possível ver a vítima no início da manhã, caminhando com outro homem, ainda não identificado, pelas ruas do bairro, em direção a uma “biqueira”. (veja o vídeo acima)
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), o veículo de Luca, um Toyota Corolla prata, foi localizado por policiais militares rodoviários neste domingo (14), por volta das 11h, no km 7 da Rodovia Cônego Domênico Rangoni, na altura de Guarujá. Alguns objetos, como a chave do veículo, estavam dentro do carro, mas o celular da vítima não foi encontrado. A família de Luca rastreou o celular dele e a última atualização foi na manhã de domingo (14), no Morro do São Bento.
Foto: Reprodução
“Malvadão” é o segundo suspeito preso por envolvimento no caso. Também no domingo (14), por volta de 19h30, os PMs realizavam buscas na Vila Santo Antônio, no Guarujá, quando abordaram um homem, de 36 anos, em atitude suspeita, próximo a um ponto de tráfico de drogas, na Rua das Magnólias.
Ele confessou a participação no sequestro e suposto homicídio do policial. O suspeito disse que não agiu sozinho e que entrou em um carro com o agente, levando ele até São Vicente, onde supostamente teria o executado com a arma dele. Em seguida, o PM teria sido jogado da Ponte do Mar Pequeno. No entanto, o depoimento dele tinha contradições, segundo a polícia.
O suspeito foi preso em flagrante por sequestro qualificado e roubo majorado no Distrito Policial Sede (DP) de Guarujá.
Reforço no policiamento
Segundo a SSP, o policiamento na região da Baixada Santista foi ampliado na segunda-feira (15). Cerca de 250 policiais foram deslocados para reforçar o policiamento na região e auxiliar nas buscas.
O desaparecimento do policial militar segue em investigação pela Polícia Civil com apoio da Polícia Militar.
Família de policiais
Foto: Reprodução
Luca Romano é quadrigêmeo (nasceu junto com mais três irmãos) e de uma família de policiais. O jovem tem duas irmãs e um irmão, que também é policial, chamado de Luigi Romano Angerami. O pai deles, Renzo Borges Angerami, é investigador da Polícia Civil de São Paulo. A família também tem mais um policial. O avô de Luca, Alberto Angerami, está aposentado e já foi delegado-geral adjunto de São Paulo, corregedor geral da Polícia de São Paulo e presidente do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).
A vítima atuava no 3º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M), em São Paulo, mas morava em Santos.
Pedido de empenho
Renzo Borges, pai de Luca, pediu empenho dos agentes na busca pelo filho, em grupos de WhatsApp de policiais. (ouça abaixo)
“Ele (Luca) estava curtindo aí no Guarujá…. Acharam o carro dele aí…. Estou desesperado. Nunca senti um negócio desse. Pelo amor de Deus, rapaziada, por favor… Achem meu filho…..”