A estratégia de dose única não vale para quem é imunossuprimido ou foi vítima de violência sexual. Para estes, o esquema vacinal é mais longo.
Foto: Carlos Nogueira / Prefeitura de Santos
Da redação
A Secretaria de Saúde de Santos passa a adotar, a partir desta terça-feira (16), o esquema de oferecer apenas uma dose de vacina contra o HPV para meninos e meninas de 9 a 14 anos, seguindo a recomendação do Ministério da Saúde e do Programa de Imunização do Estado de São Paulo.
Conforme a administração municipal, anteriormente, o esquema era considerado completo apenas após a segunda dose, que era oferecida seis meses após a primeira.
A estratégia de dose única não vale para quem é imunossuprimido ou foi vítima de violência sexual. Para estes, o esquema vacinal é mais longo. As vítimas de violência sexual ou imunossuprimidos de 9 a 14 anos tomam duas doses da vacina, com intervalo de seis meses entre elas; já este público na faixa etária de 15 a 45 anos toma três doses, a segunda após 2 meses da primeira e a terceira dose, 6 meses após a primeira aplicação.
Pessoas de 9 a 45 anos consideradas em condições especiais (convivem com HIV/Aids, transplantados ou com câncer) devem tomar 3 doses da vacina contra o HPV, a segunda após 2 meses da primeira e a terceira dose, 6 meses após a primeira aplicação.
A partir de agora, pessoas com papilomatose respiratória recorrente também são contempladas. Devem ser vacinados, mediante apresentação de prescrição médica, a partir de 1 ano de idade, num esquema de 3 doses, a segunda após 2 meses da primeira e a terceira dose, 6 meses após a primeira aplicação.
Segundo a Prefeitura, também será iniciada a estratégia de resgate dos adolescentes até 19 anos que não têm nenhuma dose da vacina para que garantam a sua proteção.
A vacina contra o HPV continua disponível nas policlínicas de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h, e aos sábados, das 9h às 15h30, em unidades divulgadas às sextas-feiras nos canais de comunicação da Prefeitura de Santos.
É necessário apresentar documento com foto, comprovante de residência de Santos e carteira de vacinação. Os imunossuprimidos e pacientes em condições especiais devem apresentar laudo médico. As pessoas com papilomatose respiratória recorrente devem apresentar prescrição médica. As vítimas de violência sexual são encaminhadas pelo serviço que realizou o primeiro atendimento médico.
De acordo com a Prefeitura, a decisão do Ministério da Saúde em reduzir o esquema vacinal das crianças e jovens saudáveis se baseia em evidências apresentadas em estudos científicos realizados nos últimos 10 anos de que uma dose de vacina contra o HPV pode fornecer proteção igual a duas ou três doses, a depender da idade.
Tais resultados, somados às dificuldades enfrentadas por muitos países na incorporação da vacinação contra o HPV, motivou a Organização Mundial da Saúde em 2022 e a Organização Pan-Americana da Saúde em 2023, após minuciosa análise dos seus comitês técnico-científicos, o posicionamento favorável à adoção de um esquema vacinal de dose única da vacina HPV para os jovens.
Cobertura
Em 2023, Santos alcançou um patamar inédito de cobertura vacinal contra o HPV, de 98,35% – acima do preconizado pelo Ministério da Saúde, que é de 95%.
Até março de 2024, 118% do total estimado para completar o esquema vacinal até o 3º mês do ano já havia retornado para a segunda dose – considerando o esquema então vigente.