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Santos / Saúde

Hepatite viral

Os vírus são seres que, necessariamente, precisam infectar uma célula para poder se multiplicar. Alguns vírus podem infectar vários tipos de células e outros são mais específicos. Atualmente, são conhecidos cinco vírus diferentes que tem afinidade pelas células do fígado, responsáveis pela geração das hepatites virais, denominadas pelas letras A, B, C, D e E. Os três primeiros são os mais comuns no Brasil, portanto, mais importantes.

O quadro da hepatite viral é bem variável, podendo ser assintomático ou apresentar cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Todos esses sintomas se apresentam de forma bem variada. Porém, a grande diferença entre eles é a capacidade de provocar um grave quadro crônico, que pode chegar à cirrose e ao câncer. No limite, será necessário o transplante do fígado.

Como os vírus são diferentes, as vias de transmissão serão diferentes. Os vírus do tipo A e E são transmitidos pela via fecal-oral, ou seja, pela ingestão de alimentos e água contaminados. São vírus benignos, ou seja, não deixam sequela após a infecção, tornando o indivíduo imune contra outras infecções, porém somente contra o tipo A. A vacina contra a hepatite A faz parte do calendário vacinal aos 12 meses de idade.

Os vírus do tipo B podem ser transmitidos pelos líquidos seminais, sendo considerada uma Infecção Sexualmente Transmissível, IST ou DST. Também pode ser transmitida por instrumentos perfurocortantes compartilhados entre pessoas contaminadas. Isso inclui agulhas injetáveis, lâminas de barbear, alicates de unha e outros. A hepatite B é bem mais grave em crianças, quanto mais jovem mais grave, partindo de 90% de cronicidade em crianças entre 1 e 5 anos, chegando a pouco menos de 10% de casos crônicos em adultos. A vacina está disponível ao nascer e com eventuais doses de reforço na adolescência, idade adulta ou quando idoso.

A hepatite C é a de maior gravidade. Pode ser transmitida usualmente pelo sangue, no compartilhamento de seringas usada em drogas ou outros instrumentos perfurocortantes. Muitas pessoas se infectaram pela transfusão de sangue contaminado, porém o sangue é testado contra esse vírus desde 1993. É uma doença grave porque cronifica em mais de 85%. Não tem vacina, mas tem tratamento para o controle da doença oferecido pelo SUS. É uma doença silenciosa, mas depois de vinte anos pode provocar cirrose em 20% dos infectados e câncer do fígado, entre 1% e 5%.

Se ainda tiver dúvidas, encaminhe-as para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM), do curso de Farmácia da UniSantos. O contato pode ser pelo e-mail cim@unisantos.br ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.