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Grupo Especial faz desfile com beleza, originalidade e muito samba

Da Redação

Uma festa digna das tradições do Carnaval santista. Assim pode ser descrita a noite ds desfiles das escolas de samba do Grupo Especial, que só terminou na manhã deste domingo (16). Oito agremiações passaram pela Passarela do Samba Dráusio da Cruz e, cada uma a seu estilo, procuraram mostrar que podem sonhar com o título.

Vale lembrar que a apuração das notas dos jurados acontece nesta terça-feira (18), a partir do meio-dia, no Teatro Municipal Braz Cubas. Também serão conhecidos os resultados dos Grupos 1 e de Acesso, que desfilaram na sexta-feira (14).

“Uma festa linda. Tudo andou na sua maior calmaria, dentro daquilo que programamos. As escolas se superaram, mostrando um grande trabalho. A torcida também compareceu, fez sua parte.”, avalia o presidente da Liga Independente e Cultural das Escolas de Samba de Santos (Licess), Ditinho.

Os desfiles

Logo após a passagem da Corte Carnavalesca, embalada por canções de ídolos do samba como Clara Nunes, começou a jornada dos foliões que foram até o Sambódromo da Zona Noroeste. E a cena se repetia: a cada agremiação que passava, Sérgio Luiz dos Santos (Rei Momo), Aline Tatiane Oliveira dos Santos (Rainha) e Aline Aparecida de Oliveira (Princesa), a Diva Show,  abriram alas para os donos da festa: as escolas de samba.

Tudo começou com a Dragões do Castelo, que desfilou na condição de convidada, com o enredo ‘Viagem ao Mundo Encantado dos Erês’.  A agremiação colocou na avenida seus 450 componentes, mostrando entidades que representam as crianças, seres de luz segundo a umbanda e o candomblé, representando a alegria, a sinceridade, a inocência e a pureza.

Na sequência, foi a vez da Mãos Entrelaçadas. O enredo ‘Assim Caminha a Humanidade em Busca das Origens e da Verdade’ teve 1,5 mil integrantes. Ostentando as cores azul, branco, verde e preto, a escola do Rádio Clube mostrou na avenida a evolução da humanidade, desde o homem das cavernas, passando pelo Egito antigo, as antigas civilizações grega e romana, os encantos do oriente, a descoberta da América e a revolução tecnológica.

A Real Mocidade Santista, que completa 35 anos de fundação, apresentou ‘Ayo, o Senhor dos Tambores’. Seus tambores também conduziram o desenvolvimento do samba. Com 1,4 mil componentes, em 14 alas em tons de azul, verde e branco e uma bateria de 130 integrantes, a agremiação fez bonito.

A formação de mais de 110 mil de jovens carentes ao longo dos 53 anos do Centro de Aprendizagem e Mobilização Profissional e Social de Santos (Camps) inspirou a Unidos dos Morros, que trouxe o enredo ‘Beleza de Ser um Eterno Aprendiz’, apresentado por 1,5 mil componentes – cerca de 400 deles jovens e apoiadores do Camps.

A agremiação das cores azul, verde e branco destacou todas as etapas na vida de quem se forma nesse centro de aprendizagem, desde a situação de vulnerabilidade social no início, a formação e a transformação de vida com base no conhecimento. A bateria “Chapa Quente”, do Mestre Daniel Corrêa, encantou o público.

Saem os aprendizes, chegam os “loucos” da bicampeã União Imperial. E frisson causou mesmo as presenças de Viviane Araújo como rainha da bateria e Scheila Carvalho de madrinha. Na lateral da pista, um sem-número de pessoas buscava um espaço para fotografar ou filmar a performance das musas.

Com o enredo ‘De Verde, Rosa e Louco, todo mundo tem um pouco’. Entraram em cena 1,8 mil integrantes, representados por figuras históricas, como Dona Maria, a Louca, Dom João VI, Napoleão Bonaparte e seu médico Philippe Pinel, e até o “maluco beleza” Raul Seixas.

A Mocidade Amazonense, de Vicente de Carvalho (Guarujá), aproveitou o desfile para mandar vários recados em mais de 30 balões em formato de coração e com mensagens contra o racismo e a intolerância religiosa, entre outras causas.

Com 1,1 mil componentes, a escola mostrou a evolução do samba desde a sua origem, com os escravos e a derivação do candomblé, passando pelo sucesso nos morros cariocas e nas rádios e sua resistência até os dias atuais com o enredo ‘Quilombo do Samba! Coisa de Pele…”.

Em seguida, foi a vez da Mocidade Dependente do Samba tomar a passarela. Com 1,5 mil participantes, o enredo ‘Dos Enigmáticos Faraós Negros à África Brasil’ mostrou a luta do povo negro desde o Egito antigo até desembarcar em terras brasileiras e como o faraó, espécie de deus vivo, era dono de grande poder.

Vice-campeã de 2019, a X-9 contou a história da cidade de Bertioga por meio do enredo ‘Berço da História do Brasil’, desde a época que somente os índios habitavam o local, passando pela ação dos colonizadores, a importância da pesca, entre outros aspectos naturais e de lazer.

Destaque para o último carro alegórico, que trouxe a emocionante Parada de Natal de Bertioga para a avenida, com direito a presépio, renas puxando o trenó do Papai Noel e muita luz. O evento é considerado um dos eventos mais importantes da cidade. A Pioneira do Macuco cruzou a Passarela Dráuzio da Cruz com 1,5 mil integrantes.

Fechando os desfiles, já na manhã deste domingo, a Vila Mathias trouxe ‘Sou Vila, Sou Diversidade, Vou Cantar Dicesar, que Felicidade…Adóoogo’, enredo inspirado no ex-BBB Dicesar e na diversidade. Seus 1,3 mil componentes desfilaram em amarelo, azul e branco a trajetória do maquiador paranaense que à noite transforma-se na drag queen Dimmy Kieer.

Dicesar, que desfilou em carro alegórico com a família, declarou que é a primeira vez que recebe a homenagem de uma escola de samba. “São 32 anos como maquiador e 28 como Dimmy Keer. Estou feliz de ser homenageado em vida”.

Fotos: Fotos: Anderson Bianchi e Susan Hortas/PMS