Da Redação
Estamos no Século 21, mas parece que o pensamento ainda é ultrapassado de algumas pessoas no Brasil. Uma idosa foi resgatada no Rio de Janeiro após viver mais de 72 anos em situação análoga à escravidão. Segundo o Ministério do Trabalho, este foi o registro mais longo da história, após a Abolição da Escravatura da lei Áurea, em 13 de maio de 1888.
Por motivos de segurança, a idosa não teve nem a identidade e muito menos a idade revelada para preservá-la. Neste momento ela está aos cuidados da Prefeitura do Rio desde 15 de março, quando foi resgatada. Ela não casou, não teve filhos e perdeu o contato com os familiares.
Segundo o órgão, a idosa passou a vida inteira trabalhando para a mesma família sem receber salários nem benefícios. Mas apesar de parecer impressionante, o órgão federal alerta que casos como o dela, 134 anos após a Abolição da Escravatura, não são raros.
Quando a mulher foi resgatada, ela trabalhava como cuidadora da dona da casa e dormia em um sofá, na entrada do quarto principal. Uma denúncia levou o Ministério do Trabalho até a casa, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Histórico de pessoas em situação análoga à escravidão
Mesmo com a existência de uma legislação que determina os direitos do trabalhador, no ano passado, o país registrou o maior número de pessoas resgatadas em condição análoga à escravidão desde 2013.
De acordo com o Ministério do Trabalho, foram 1.937 brasileiros retirados de situações degradantes. Mais do que nos sete anos anteriores. Em 2013, 2.808 trabalhadores viviam como pessoas escravizadas.
O órgão informa que para este caso, quem faz a exploração do trabalho escravo terá que pagar, primeiro, todos os direitos devidos àquele trabalhador que foram sonegados. Essa submissão do trabalho escravo acaba sendo um meio de enriquecimento ilícito. Além disso, também terá de pagar indenizações por dano moral, conforme explica o artigo. A pena pode ser de 2 a 8 anos de prisão.
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